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Toca Disco Thorens TD 402 DD - Review Clube do Áudio

16 de novembro de 2022 – Toca Discos, Reviews

Fernando Andrette.

Thorens TD 402 DD.

Na edição 262 da Áudio & Vídeo Magazine, testamos o toca-discos de vinil Thorens TD 202, uma boa opção para quem está iniciando no mundo analógico do vinil. Com o Thorens TD 402 DD, o iniciado pode dar mais um passo seguro rumo à satisfação musical no hobby. Trata-se de um toca-discos direct drive (tração direta), como sugerem as letras DD, com acionamento semi-automático e pré de phono interno. 

O TD 402 DD é mais um projeto caseiro da Thorens, produzido na China sob sua supervi-são, e é substancialmente melhor que o TD 202, a começar pela plataforma mais robusta, resistente à vibrações, característica reforçada pelos pés em elastômero que, juntos, fazem um ótimo trabalho de contenção das vibrações espúrias.

O braço TP72, feito em fibra de carbono, casa muito bem com a cápsula Audio Technica AT-VM95E, que vem montada em um headshell tipo baioneta, dando vida ao conjunto. Com o modelo TD 402 é possível escolher acionar o prato tanto pela chave localizada ao lado direito do prato, como de forma semi-automática, comutando uma chave no painel traseiro.

Também no painel traseiro encontra-se a chave liga/desliga e a entrada de alimentação, que é feita por uma fonte externa bivolt, e a chave que habilita ou desabilita o pré de phono interno, bem como as saídas RCA e o aterramento do braço. Por falar em braço, o TP72 dá alguns passos adiante no emprego de materiais compostos: é possível perceber as qualidades do material, porém é preciso prestar atenção ao travamento do braço com a base, pois pode haver pequenas folgas a serem ajustadas manualmente.

O prato é feito em alumínio fundido, e possui acabamento cromado de alta qualidade - internamente ele recebe um anel de borracha que atenua as possíveis vibrações. Abaixo do prato está o acabamento superior da base, feito em aço escovado que também contribui para melhorar o foco, recorte e a inteligibilidade da música como um todo. A Rega utiliza uma solução parecida, fazendo uso de uma lâmina interligando o braço até a base do pino central do prato - uma solução mais modesta que a utilizada pela Thorens. 

A montagem do TD 402 é bastante intuitiva: ele vem embalado de forma a facilitar a nossa vida. A tampa é a primeira peça na caixa, e a plataforma vem pronta para uso, deixando apenas o encaixe do prato no pino central. A cápsula vem montada e ajustada no headshell baioneta, bastando encaixar no braço e girar o anel de travamento. A única coisa que não dá para fugir é ajustar o contrapeso do braço. Vai precisar de uma balança e, de preferência, uma digital para obter maior precisão. O peso recomendado é 2 gramas, e de fato não precisou mais do que isto. Já o antiskating ficou em 1,5 gramas.

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Como Toca.

Para o teste do Thorens TD 402 DD, utilizamos os seguintes equipamentos. Amplificação: receiver estéreo Cambridge ARX100, amplificador integrado Sunrise Lab V8 SS. Pré de phono externo: Sunrise Lab The PhonoStage II. Cabos de força: Sunrise Lab Reference II, e Illusion Magic Scope. Cabos de Interligação: Sunrise Lab Reference II, e Illusion Magic Scope. Cabos de caixa: Sunrise Lab Reference II, e Illusion Magic Scope. Caixas Acústicas: Neat Ultimatum XL6. 

Lembrando do amaciamento do TD 202, me preparei para a longa jornada, mas para minha alegria não foi como o irmão mais novo - ele já saiu tocando razoavelmente bem. Um pouco engessado nos extremos, mas com bom timbre e uma região média promissora. O tempo total de amaciamento durou 45 horas. Após este período, os extremos apareceram, o grave firmou, tirando de cena a secura e dando lugar a uma extensão bonita. A região média recuou e as transições entre as frequências ficaram mais coerentes, apresentando um ótimo equilíbrio entre elas. 

Começamos as audições com o disco do Bozzio Levin Stevens, Black Light Syndrome. Como este disco é complexo no que se refere às texturas, foi bom começar com ele e perceber que o TD 402 DD se sai bem em desembolar as cordas emborrachadas do contrabaixo elétrico, trazendo uma fluidez e precisão surpreendentes! A integração entre os músicos é outro pon-to forte deste toca-discos, ele consegue tirar um pouco daquela sensação de que os músicos gravaram em separado e que na mixagem reposicionaram tudo, comumente observado em aparelhos de seu nível.

Com ele a sensação de integração nos faz apreciar a música com um nível de relaxamento muito bom, completando tudo isto com agudos mais redondos, mas com bom decaimento. Parte deste benefício vem do braço em carbono que dá um pouco de luz para a cápsula AT-VM95E, que é um pouco escura para este nível de toca-discos. O ideal seria uma Ortofon 2M Bronze neste aparelho - aí com certeza seria uma dupla dinâmica!

O Cambridge ARX100 fez um belo par com o TD 402 DD: são de mesmo patamar e tocam com total sinergia! Talvez se trocar a cápsula por uma mais refinada, o ARX100 fique para trás, mas para quem não tem esta pretensão, os dois fazem um belo casal!

Já com o pré de phono externo, e o V8 SS, ouvimos Café Blue da Patricia Barber, e devo dizer que este toca-discos cresce com pré externo: as texturas são empolgantes e as inten- cionalidades brotam no amplo espaço do palco sonoro. Uma boa profundidade regada à transientes rápidos, não deixa que os músicos se amontoem uns nos outros, com direito a bom arejamento em cada instrumento, principalmente na bateria.

Com clássicos, o conjunto se sai bem, pois o palco é bastante amplo e tem bom arejamento e ar entre os naipes e instrumentos solo. Mas em obras com muitos componentes, tende a perder um pouco o foco e, com isto, o palco se mexer um pouco - eu culpo a cápsula, que age como um freio de mão impiedoso, escondendo parte da beleza desse toca-discos. 

Conclusão.

A Thorens conseguiu aliar novas tecnologias com o design funcional e atemporal, dando ao TD 402 DD a tarefa de manter a tradição de ótimas peças com preços realistas, tirando máximo proveito de sua vasta experiência em combinar materiais, para nos entregar um produto belo, atual e extremamente competitivo, que tem em seu DNA a musicalidade como carro chefe.

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ref. Clube do Áudio.
Confira a matéria completa Edição 270
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