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Fone de Ouvido Meze Áudio Liric 2 - Review Clube do Áudio

8 de julho de 2025 – Fones, Reviews

Meze Áudio Liric 2.

Fernando Andrette.

Quais os riscos de se testar uma ‘evolução’ de um produto já consagrado?

Essa é uma pergunta capciosa, pois vai depender muito do nível do produto, e de quem está por trás da mudança.

Pois muitas vezes as mudanças são apenas ‘mais do mesmo’, para manter o produto em evidência ou não perder espaço para a concorrência, ou apenas por ser política da empresa fazer lançamentos anuais.

Produtos ‘consumer’ tecnológicos de larga escala, são quase que obrigados a manter essa estratégia de marketing para não serem engolidos pela concorrência.

Diria que este não seria o caso, à princípio, de um fone desse conceituado fabricante Romeno, que tem nos últimos anos surpreendido o mercado com produtos surpreendentes em termos de performance.

No entanto, tenho que confessar que ao receber o novo Liric 2 para avaliação, essa pergunta me veio à mente, já que quando testei
o Liric original, já o achei impressionante em termos de projeto de fone fechado.

Sugiro que todos leiam o teste do Liric original (clique aqui) e vejam o quanto ele se saiu bem em todos os quesitos da Metodologia.

Afinal, trata-se do fone fechado top de linha da Meze, e certamente o objetivo inicial deste fone foi mostrar ao mercado que o lançamento do 99 Classics, não era o ápice que poderiam oferecer aos consumidores que amam essa topologia.

E deixei claro que a diferença em termos de performance do 99 Classics para o Liric, era consistentemente gigantesca!

Então, a pergunta que ficou ressoando em minha mente, foi: “que diabos poderia ser melhorado em algo já tão bom?” 

meze-liric2-post-blog

Bem, vamos às respostas!

A primeira boa notícia: o preço não foi alterado em relação ao modelo anterior.

E isso é uma excelente notícia, você não acha?

O mercado parece que não aposta muito em fones isodinâmicos fechados de nível hi-end, onde a predominância (e parece que a preferência do consumidor), é pelas opções abertas.

Segundo o fabricante, as alterações foram bem pontuais, visando melhorar questões que eles achavam que poderiam ser aprimoradas, sem perder o desempenho alcançado.

O driver híbrido isodinâmico MZ4 original foi mantido, porém com uma área ativa de 3507 mm2, que no modelo original era de 4650 mm2, o que deixou o driver mais leve, e mudança do polímero reforçado no lugar do ABS fibra de vidro, para a carcaça.

Uma nova máscara ressonadora de um quarto de comprimento de onda, com uma atenuação das frequências acima de 7 kHz, muito suave em comparação ao Liric original, que resultou (segundo o fabricante) em uma passagem mais suave dos médios altos para os agudos.

A máscara continua sendo fabricada com estrutura de metal, para cobrir estrategicamente aberturas do driver, com seu formato de
cunha fixado ao centro do driver.

E a outra mudança significativa foi nas almofadas destacáveis, que são semelhantes agora aos modelos mais caros Empyrean 2 e Elite, presas através de um sistema magnético e não mais velcro como no modelo original.

Visualmente, a mudança mais significativa são as novas placas de madeira nos copos com acabamento preto fosco e magnésio,
deixando (na minha opinião) o fone ainda mais bonito e atemporal.

A madeira utilizada é o ébano macassar, com seu famoso veio de tonalidades predominantes para o escuro - sendo que cada novo
Liric 2 terá um acabamento único distinto.

Ainda que os drivers sejam menores, o peso final é 36 gramas a mais que o original, segundo o fabricante devido ao novo desenho da QWRM - Quarter Wave Resonator Mask.

Em termos de conforto, o novo Liric 2 é tão agradável quanto o modelo original.

O encaixe na cabeça é perfeito e o isolamento do ambiente externo, tão bom quanto no primeiro.

Mesmo pesando mais de 40 gramas, o equilíbrio de pressão vertical da faixa na cabeça, e seu ajuste preciso e seguro, atenuam esse peso de maneira eficaz.

Para minha grande surpresa, ao abrir a embalagem e ver os novos cabos que o fabricante envia com o produto, deparei-me com o cabo trançado da Furukawa PCUHD com plugue balanceado de 4.4mm.

E também um cabo TPE de 3m de fio de cobre original, com terminação de 3.5mm para quem quiser ouvir o Liric 2 em seu smartphone.

O cabo Furukawa utiliza condutores de 0.04mm por 140mm em uma trança contínua de 8 e 4 fios dentro de uma capa de TPD, sendo um cabo leve com o qual o usuário precisará ter um enorme cuidado no seu manuseio.

Mas já adiando: se você desejar extrair o máximo em performance, esqueça o outro cabo!

A embalagem continua sendo impecável, com uma caixa preta de excelente qualidade e o famoso estojo interno com espumas nos pontos certos, para a proteção do fone.

Para o teste utilizei o Ferrum Audio Oor (clique aqui), e o nosso pré de linha Nagra Classic.

Como no teste do Liric original, deixamos o fone em queima por 30 horas, antes de iniciarmos os testes. Claro que, para saber se as 30 horas de amaciamento seriam suficientes, fizemos uma primeira audição com nossas gravações da Cavi Records, e anotamos o que observamos em termos de equilíbrio tonal.

Posso garantir que o comprador deste fone, poderá desfrutar de toda sua beleza desde o primeiro instante, pois o que falta antes do amaciamento, não o impedirá de ouvir e constatar que fez uma excelente aquisição!

Também utilizamos no teste os mesmos discos citados no teste do Liric original: Cécile McLorin Salvant - Woman Child, Vinnie Colaiuta - Descent Into Madness, e o Miles Davis - What It Is: Montreal 77/83. Além de todas as faixas para fechar a nota de cada quesito de nossa Metodologia.

E para não ter distorção nas observações, a audição para o fechamento das notas foi toda feita no pré de linha Nagra Classic, como foi no do Liric original.

O quanto o Liric 2 evoluiu?

Diria que o suficiente para fazerem sentido as mudanças. Porém não o suficiente, na minha opinião, para valer para quem possui o
modelo original e está satisfeito com sua performance.

Parece uma resposta de quem está em cima do muro - mas acredite, não é!

Vamos às melhorias: em termos de ergonomia e encaixe na cabeça, eles são bastante semelhantes, mas achei a nova versão mais segura em termos de movimentos com a cabeça, e consegui ouvir por mais tempo sem me incomodar com seu peso. Isso para mim é um ponto importante, já que minhas audições com fones nunca ultrapassam duas horas, justamente pelo incômodo que sinto.

Também achei que as novas espumas de couro são mais’ respiráveis’, incomodando menos com temperaturas ambiente mais elevadas (acima de 23 graus).

Em termos de performance, posso dizer que o novo Liric 2 é mais neutro que o original. Isso ficou patente, ao repassar todas as faixas
e os discos utilizados no primeiro teste.

Li que alguns revisores acharam que a região médio-grave está mais presente no novo modelo - e eu acho que não é que se tenha dado ênfase a alguma frequência, e sim que se tenha deixado todo o espectro auditivo mais equilibrado, trazendo à tona uma reprodução mais fidedigna da qualidade das gravações.

liric2-blog-post.

Deixando-o muito mais próximo do Elite, por exemplo.

Isso achei que foi uma mudança extremamente acertada, pois
prefiro sempre fones mais neutros, do que os transparentes e os eufônicos.

Para você leitor entender essa mudança, posso dizer que com
certeza usaria o Liric 2 como um fone monitor em minhas futuras gravações, e o original não!

Entende o nível da mudança em termos de equilíbrio tonal?
Mas foi realmente pontual, e não algo que mudou drasticamente sua assinatura sônica.

Com isso, as texturas ficaram ainda mais refinadas e as intenções mais inteligíveis do que no modelo anterior, no qual já eram excelentes.

Lembre-se que o modelo original recebeu 96 pontos, tornando-se um dos fones mais bem avaliados nos últimos três anos!

E quando estamos no topo da pirâmide em termos de performance, cada degrau é uma sutil, mas determinante melhoria.

Neste nível, sempre estamos falando de lapidação e não de transformações substanciais.


Os transientes são do mesmo nível que o modelo anterior, porém
a dinâmica, principalmente a macro, parece audivelmente ter ganho
uma maior folga - permitindo que tenhamos uma unha a mais de flexibilidade no volume seguro auditivamente, que no primeiro Liric.

Observei isso com clareza no disco do Miles Davis, que não é
nenhuma referência em termos de qualidade técnica, e no do Vinnie
Colaiuta.

A macrodinâmica realmente ganhou em folga!


E a sensação de materialização física na nossa mente se tornou
um pouco mais presente também.

Junte essas melhorias sutis no conjunto total e, claro, será um
fone ainda mais prazeroso e convidativo que já foi a primeira versão.

Conclusão.

A Meze foi muito feliz nas suas melhorias, pois conseguiu melhorar exatamente no que era possível, sem alterar a assinatura sônica tão excelente que conseguiu para o seu fone isodinâmico fechado top de linha.

Tanto que ele passa a ser nossa Referência de fone fechado!

Se você precisa de um fone fechado hi-end de nível Superlativo, para ter algumas horas de paz sem incomodar as pessoas à sua volta, e o Liric 2 se encaixa em seu orçamento, meu amigo, sua procura terminou.

É uma opção inteligente, confortável e o investimento final, para quem deseja o seu fone de referência definitivo!

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Edição 319.
Clube do Áudio.
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