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Melhores do Ano 2024 - Clube do Áudio

18 de fevereiro de 2025 – Reviews

Fernando Andrette.

Para facilitar sua consulta, amigo leitor, dividimos os produtos em acessórios, áudio e vídeo e os apresentamos de acordo com o selo recebido em ordem crescente. Esta sequência, que vai do Prata Recomendado ao Estado da Arte Superlativo, é explicada mais abaixo.

Na parte superior de cada página desta seção você encontrará um ícone representando o tipo de produto testado e, logo abaixo dele, o modelo do equipamento e o articulista que realizou o teste. Ao final do texto você poderá ver o selo dado pela revista para este produto (indicando a sua categoria), o nome e o contato do importador ou distribuidor, o valor pelo qual ele é vendido e a edição da Áudio Vídeo Magazine na qual o teste foi publicado.

Este ano 26 produtos ganharam o selo Produto do Ano Editor, sendo que 10 destes ganharam também o selo de Referência. Estes equipamentos, além de excepcional desempenho, ainda apresentam uma atrativa relação de custo-performance dentro da categoria a que pertencem.

Depois de escolher os produtos que mais lhe interessam consultando esta seção, localize a revista que teve o teste publicado para poder ler a análise completa e ter dicas quanto à compatibilidade e melhor utilização do equipamento.

Lembre-se que o resultado final também dependerá da qualidade da instalação elétrica da sua sala e da acústica. Acreditamos que a informação de qualidade será sua melhor ferramenta nessa gratificante jornada. Boa sorte!

Fone Grado Prestige SR225X.

fone-grado-prestige-sr-225xCostumo, ao receber um novo fone da Grado para testar, sempre me fazer a mesma pergunta: “o que me espera desta vez?”
Já testei dezenas de modelos desse fabricante do Brooklyn, e ainda sou usuário do modelo SR325e (desde seu lançamento há mais de 7 anos).
Grado é uma marca que ou os amantes de fones adoram, ou odeiam. Não existe meio termo. E entendo perfeitamente que assim seja, pois existem determinadas ‘idiossincrasias’ deste fabricante, que são difíceis de defender até mesmo pelos que são admiradores natos da marca.

E quais são essas questões? Acabamento, design, conforto e, na minha opinião, o maior problema continua sendo a qualidade das almofadas e os cabos exageradamente grossos, para incomodarem
muito se o usuário resolver ir ao banheiro ouvindo seu fone Grado.

E suas qualidades? Nos modelos mais assertivos, sua assinatura sônica!
Quando acertam, meu amigo, é realmente admirável ouvir seus discos preferidos em um Grado!
E no caso desse novo Prestige SR225x, fizeram um belo gol de placa!

Tanto que ao comparar o SR225x com o meu surrado SR325e, ficou evidente sua superioridade em todos os quesitos de nossa Metodologia. A Grado vem passando por um lento processo de sucessão familiar, e está ficando cada vez mais evidente que a nova geração está querendo marcar território e imprimir uma nova filosofia à empresa e aos produtos.
E se tudo caminhar na direção mostrada pelo 225x, acho que teremos em breve muitas novidades e surpresas positivas.

Ainda que a nova direção esteja sendo cautelosa em termos de mudanças mais incisivas, as pontuais além de extremamente assertivas, estão mostrando que os fones tem muito a evoluir e conquistar novos admiradores.

Pois estão conseguindo implementar mudanças significativas onde realmente importa - na performance final.
A grande ousadia, foi aprimorar as qualidades de um fone campeão de vendas por mais de uma década, o SR225e, e que para muitos admiradores da marca sempre foi o fone de melhor relação custo/benefício.

O novo SR225x ainda mantém o visual padrão da marca, mas mudou exatamente onde necessitava, com um novo driver de quarta geração, com um circuito magnético muito mais potente, massa reduzida e diafragma novo de 44mm. Como todo produto Grado, estes também são feitos à mão no Brooklyn, em Nova York.

Agora também existe uma faixa de apoio à cabeça mais confortável, e uma espuma que segundo o fabricante melhora e muito a resposta de graves.
O fabricante pede pelo menos 100 horas de queima, antes de audições pormenorizadas, mas eu acalmo todos que sofrem de ansiedade latente, porque o SR225x sai tocando lindamente assim que se deslacra a embalagem.

O que irá melhorar, Andrette, com as 100 horas? Basicamente a extensão nas duas pontas, somente isso. E muito, principalmente, nas altas frequências!
Bem, como já havia lido em alguns fóruns o impacto que causou a chegada dessa nova versão, para os que possuem o SR 225 e, não tive dúvida e coloquei de cara uma gravação ‘cavernosa’, daquelas de escancarar defeitos e qualidades de qualquer fone com pretensões audiófilas reais!

As Sinfonias 4, 5 e 6 de Shostakovich com a Filarmônica de Oslo sob a regência de Klaus Mäkelä (leia o Playlist na edição 311). Vá direto à faixa 1, assegure o volume seguro e correto, e aperte o play. O SR225x reproduziu este primeiro movimento da Quarta Sinfonia com enorme autoridade, graciosidade e inteligibilidade, raro para um
fone que lá fora custa 250 dólares! Com muito mais graves e peso que fones como no meu SR325e, por exemplo, ou fones fechados de mais de 500 dólares.

O que estou querendo dizer, amigo leitor, é que esse Grado veio para reescrever a história de fones abertos e fechados na sua faixa de preço, e até mesmo no dobro de seu preço!

Todo Grado sempre encantou pela sua capacidade e transparência de reproduzir a região média (principalmente a série Prestige), e o SR225x não poderia ser diferente, mas a qualidade dos graves e a extensão dos agudos estavam presentes nesse grau de requinte apenas na série acima deste fabricante, custando bem acima de 1000 dólares.

Por isso minha surpresa e espanto em ouvir esse salto tão intenso na série de entrada!

Mesmo usando-o direto no meu smartphone Samsung, pude ouvir diversas gravações em volumes seguros, com enorme inteligibilidade e conforto auditivo, mostrando o quanto o SR225x tem um excelente equilíbrio tonal.
As texturas são magníficas, com uma riqueza de detalhes inebriante. Se você for fã de vozes e instrumentos acústicos, digo que será muito difícil achar um fone mais refinado nessa faixa de preço, ou até mesmo um pouco acima.

Outro dia li um articulista dizendo a razão dele usar o disco da cantora Bjork - Homogenic, principalmente a faixa 1 - Hunter, para avaliar fones e caixas acústicas. Como sou curioso em entender as escolhas dos avaliadores, lá fui eu ouvir o disco em nosso Sistema de Referência e depois nos nossos fones. Como toda gravação de música pop, existe um grau de compressão exagerado, que faz com que a música soe sem ar e com pouca extensão nas altas.
Mas é interessante ouvir essa ‘massa sonora’ e buscar instrumento por instrumento na mixagem. E o SR225x fez isso com competência e folga. A faixa indicada tem uma caixa com esteira aberta marcando tempo, e se os transientes não forem precisos com toda aquela massa sonora, ela fica difusa. Não foi esse o caso no SR225x.

A marcação de tempo foi de uma precisão cirúrgica!

Eu gosto, para avaliação de transientes, de gravações que variem o tempo no andamento, para que se possa avaliar se não temos aquela sensação de perda de alguma passagem, ou que a música ficou letárgica.
Um exemplo matador para essa avaliação é da banda GoGo Penguin - From The North, primeira faixa - Wave Decay, em que o baterista hora faz a marcação no chimbal, hora no bumbo em mudança de tempo, e hora na caixa. Se os transientes não forem corretos, ficam uma confusão enorme as variações de tempo e a variação dinâmica.

Novamente, o SR225x encarou o desafio de frente e passou com louvor, principalmente na parte final, em que o baterista utiliza o prato de condução para manter o tempo. O SR225x também me surpreendeu na reprodução tanto da macro como da microdinâmica. E tudo em volumes seguros, o que é um tormento para reprodução de microdinâmica se o equilíbrio tonal não for corretíssimo e a transparência na região média, idem.

A gravação escolhida foi o novo álbum do pianista cubano Chucho Valdés com o Royal Quartet - Cuba And Beyond - faixa 1 - Punto Cubano.

A variação dinâmica é excelente para se avaliar qualquer equipamento, e fones, e caixas acústicas. Então, diria ser obrigatório!
Pois ele permite observar como o contrabaixo e a percussão se comportam nos pianíssimos e nos fortíssimos, assim como o piano de Chucho, claro.
Fiquei surpreso o quanto o SR225x expressa com autoridade essa enorme variação sem perder o fôlego ou soar difuso nos fortíssimos.
A sensação de estar entre os músicos nas gravações tecnicamente bem gravadas, é instantânea, você não precisa nem fechar os olhos!

Conclusão.

O SR225x foi muito além do esperado, ao substituir o seu antecessor: um campeão de vendas por uma década.
Mas a surpresa não termina em fazer essa troca com absoluta maestria. Acho que o SR225x sinaliza uma mudança muito mais profunda e que certamente irá definir toda uma nova geração de fones Grado daqui em diante.
Se não foi apenas uma questão de acerto pontual (que não acredito), podemos esperar em um futuro próximo, muitas novas surpresas.
Musicalmente o Grado SR225x é impecável! E se os que possuem restrições ao design e conforto, se derem a oportunidade de ouvi-lo, podem ser surpreendidos com seu alto grau de performance.
E aos amantes da marca, não preciso dizer o quanto devem conhecer essa pequena joia sonora!

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Amplificador Integrado Leak Stereo 230.

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O novo modelo de integrado da LEAK, o Stereo 230, é um avanço considerável em relação ao 130 lançado em 2020, e coloca esse icônico fabricante inglês de novo na linha de frente das opções de entrada - como os produtos da Cambridge, NAD, Emotiva, etc.
É muito bom saber que o leque de opções para os que desejam um sistema hi-fi honesto, de menos de 20 mil reais, esteja aumentando no Brasil, e permita que o consumidor monte seu sistema moderno e totalmente atualizado.

Com um grande número de entradas analógicas e digitais, pré de phono MM, dispositivo Bluetooth para reprodução de música a partir de tablets e smartphones, usando os codecs integrados aptX e AAC.

Seu DAC interno é o ES9018 Sabre 32 bits, da ESS Technology, com um eficiente eliminador de jitter e clock interno. Com conversão de arquivos de áudio digital PCM até 384kHz, e DSD até 256.

A potência é de 75 Watts por canal em 8 ohms, e 115 Watts em 4 ohms.

E, para fechar o pacote: um pré de fone de boa performance.

A proposta da LEAK para atrair o consumidor, foi apostar em um design estilo vintage, que remete literalmente ao fim dos anos 60 e início dos anos 70 - o que está novamente em voga, tanto em caixas acústicas, como em eletrônicos!

Eu pessoalmente gosto de gabinetes com laterais de madeira, remetendo às minhas mais antigas lembranças dos primeiros sintonizadores de FM que tivemos em casa, seguidos por diversos receivers japoneses.

Minha única restrição ao design do Stereo 230 diz respeito aos seus botões, que achei uma escolha ‘radical’ demais, passando uma sensação de fragilidade e não de robustez. Mas, como o controle remoto faz todas as operações de mudança de entrada e volume, acho que o usuário pouco irá ter contato com os comandos do painel.

Como a maioria dos equipamentos dos anos setenta, o Stereo 230 também possui controles de ajuste de grave e agudo, ou opção de by-pass (Direct) - que recomendo que seja usado sempre, evitando o desejo de ‘turbinar ou atenuar’ gravações tecnicamente limitadas.

Para o teste não usei a opção de ligar o smartphone via Bluetooth, preferindo ligar o streamer Innuos ZENmini Mk3 via cabo USB, para poder avaliar com maior precisão o DAC interno do 230. Usamos também a entrada phono MM com o toca-discos StudioDeck +M da MoFi (leia teste na Edição 300), e ficamos muito surpresos com o silêncio do
circuito e o resultado bastante correto e equilibrado - o que pela sua faixa de preço é uma de suas maiores qualidades, junto com o amplificador de fone de ouvido.

Para o teste, além do Innuos e do toca-discos da MoFi, também utilizamos o CD-Player Arcam CDS50. Os cabos todos foram da Virtual Reality (caixa, USB, analógico RCA) exceto de força, que usamos o original e o Transparent PowerLink MM2. Caixas: JBL L82 Classic, Boenicke W5, Audiovector QR 5 e Harbeth P3ESR XD.

A primeira dica importante, o LEAK 230, apesar dos seus 75 Watts, irá precisar de uma caixa com boa sensibilidade. As duas caixas que casaram lindamente com ele foram: JBL L82 Classic e a Audiovector QR 5.
Com a Boenicke W5 não deu liga: o 230 tendo enorme dificuldade para direcionar e controlar a caixa e, com menos dificuldade, mas ainda assim sofrendo, foi com a Harbeth PeESR-XD. Minha dica será buscar um casamento como a linha Diamond ou a Linton da Wharfedale, ou talvez algum modelo de entrada da QAcoustics ou da Monitor
Audio.

Será preciso um pouco de paciência até o completo amaciamento do amplificador, do seu DAC interno e do pré de phono e amplificador de fone.

Optei por amaciar primeiro o DAC e o amplificador, deixando em repeat no streamer por 120 horas. Foi essencial essa escolha, pois tudo quando você instala o LEAK 230 parece aquele produto ‘comportado’, mas não disse ao que veio e muito menos parece ter ‘credenciais’ para apresentar. O fato de soar ‘comportado’ não chega a ser pejorativo, mas passa aquela impressão que iremos ouvir Led Zeppelin todos trajando smoking, rs!

As 120 horas foram uma lufada de esperança, e sinais de que havia camadas interessantes, mais abaixo da casca.
Os agudos se estenderam, ganharam arejamento e os graves, peso.
A região média já era bastante convincente, mas nenhuma eletrônica vive só de médios convincentes, vive? Fiz essa pergunta a você, leitor, pois assisti outro dia a um vídeo de um jovem revisor (por isso lhe dou algum crédito) que o produto que ele estava avaliando tinha um agudo “estranho”, e um grave muito “gordo”, mas os médios eram tão bons, que ele estava dando o selo de “recomendado” ao produto!

Tive que assistir essa parte final duas vezes, para ter certeza do que o jovem aprendiz estava afirmando e assinando embaixo.

Não, o LEAK 230 não tem apenas médios interessantes e corretos. Os graves e os agudos também são bons, depois do devido amaciamento. Passadas 150 horas, lá fui eu amaciar o pré de phono e o amplificador de fone.

Para agilizar o processo, fiquei ouvindo LP no fone e, de 20 em 20 minutos, levantando e trocando o lado do disco. Não creio que os jovens tenham essa paciência de esperar e fazer todo o ritual necessário para extrair todo o potencial de seus sistemas, pois amaciamento é um teste de fogo para qualquer um.

Por isso que lemos e vemos nas mídias especializadas, tantas ‘distorções’ na avaliação de produtos, pois podemos cometer grandes injustiças por não levar a sério o tempo necessário de amaciamento antes de nos sentarmos para avaliar o produto.

Para os que não acreditam em amaciamento, toda essa introdução irá parecer desnecessária e inócua - mas para os que já ouviram as diferenças, façam o dever de casa, pois o LEAK 230 merece.

Seu equilíbrio tonal podemos definir como correto sem, no entanto, ter muita folga para maiores arroubos na apresentação de detalhes do tamanho da sala de gravação, ou a quantidade de reverberação digital utilizada na voz ou nos corais.

Os graves, tem peso, porém carecem de maior energia, tão essencial nos fortíssimos de uma orquestra sinfônica. Mas isso impede que se escute no 230 música clássica ou big bands? Lógico que não!
Basta não ter expectativas exageradas, afinal estamos falando de um integrado de menos de 15 mil reais, certo?

E música eletrônica, Andrette? Com a caixa correta, desde que ela esteja preparada para graves turbinados, sim!
Tudo é sempre uma questão de sinergia. Se o leitor estiver atento e com paciência para ouvir e pesquisar, ele irá extrair do LEAK 230 uma performance digna do investimento.

Seu soundstage possui excelente foco e recorte das imagens sonoras, com um 3D bem razoável, desde que o posicionamento das caixas forme o tão famoso triângulo equilátero, e a sala não atrapalhe acusticamente. A imagem possui boa largura, altura e profundidade. E a única limitação será na apresentação da ambiência da sala de gravação, devido à pouca extensão nos agudos.

As texturas surpreendem, menos pela intencionalidade e mais pela paleta de cores e pela facilidade de acompanhar diversas vozes simultâneas sem esforço adicional ou perda de concentração.

Os transientes são muito bons, com uma facilidade de marcação de tempo e ritmo. Ouvi vários exemplos de piano solos e violões com corda de aço, exemplos encardidos para reprodução precisa de velocidade, e o LEAK 230 se saiu muito bem!
A micro-dinâmica é muito boa, e a macro-dinâmica irá depender dos seus pares (fonte e caixas). A macro se saiu muito melhor quando usamos o CD-Player Arcam reproduzindo SACD - tivemos algumas boas surpresas, como no Quarto e Quinto Movimentos da Sinfonia Fantástica de Berlioz, ou no Concerto Para Piano e Orquestra de Bartók.

Mas não tente reproduzir os canhões da Abertura 1812 de Tchaikovsky no LEAK 230, que não irá rolar, nem para ele e muito menos para as caixas!
O corpo dos instrumentos foi impecável com todos os LPs, o esperado nos CDs, e decepcionantes no streamer.
Ou seja, nenhuma novidade. E a organicidade ocorreu em todas as excelentes gravações, nos colocando frente a frente com os músicos.

Conclusão.

Se você é um rato de vídeos no YouTube, em que se vende gato por lebre à torto e à direito, certamente você acredita que integrados de 1000 dólares soam tão bem ou até melhores que integrados de 5000 dólares.

Desculpe te chamar à realidade, mas isso não existe, meu amigo.

E creia que, no dia que acontecer, os fabricantes de hi-end superlativos e ultra hi-end irão à falência.

O que você pode acreditar, que já é fato consumado, é o quanto produtos hi-fi de entrada melhoraram e estão andando a passos cada vez mais largos. E encontrar pacotes como o LEAK 230 é uma excelente notícia, pois permite que muitos e muitos leitores possam ter seu primeiro contato com produtos que já possuem os elementos essenciais para se ouvir música decentemente.

E quais são esses elementos? Boa inteligibilidade, com baixa fadiga auditiva!

Essa é a chave da porta de entrada, para quem deseja ouvir a música que ama corretamente.
Esse compromisso, diversos fabricantes de produtos hi-fi já dominam, e os resultados são cada vez mais surpreendentes!

Se seu orçamento é curto, mas você sonha em realizar esse primeiro passo, o LEAK 230 precisa estar no topo de sua lista de opções. Tanto pelo pacote, como pela sua performance!

Com uma boa fonte e um par de caixas que permita o LEAK Studio 230 conduzir com firmeza e folga, não existe espaço para erro.

Uma excelente notícia para o início de 2024, você não acha?

considerações-amplificador-integrado-leak-230

 

Amplificador Integrado Rega Eelex MK4.

amplificador-integrado-rega-elex-mk4

De tão recorrente que é essa pergunta, não sei dizer quantas vezes tive que responder a ela. Seja ao vivo, à queima roupa, no nosso Workshop, como por e-mails: “Andrette, não existe nenhum amplificador decente por menos de 15 mil reais, novo?”.

Minha resposta sempre foi: estamos caçando essa ‘joia rara’.

E acreditem, não foi por falta de empenho de nossa parte. Pois reviramos cada um dos nossos parceiros comerciais, à caça dessa ‘preciosidade’.

A questão, no entanto, sempre esbarrou em vários pontos: primeiro a desvalorização de nossa moeda, o que encarece demais o produto importado, os impostos aviltantes cobrados pelo nosso governo, e uma tendência do mercado em olhar muito mais para o mercado de luxo do que o de entrada.

Também temos culpa no cartório, pelo fato de garimparmos por um integrado que tivesse uma potência ‘decente’ para empurrar caixas com sensibilidade de 85 a 88 dB, tivesse ao menos uma entrada de phono MM de bom nível, e se possível um DAC interno também de bom nível.

E nossa busca finalmente resultou em uma ótima descoberta: esse integrado de menos de 13 mil reais existe, e ainda de ‘bônus’ traz também um bom amplificador de fones de ouvido!

Um pacote tão completo já o torna uma opção segura a todos que desejam montar seu primeiro e definitivo sistema - enxuto, mas com bons atributos sonoros.

E feito por quem está no mercado há quase meio século, e mantendo sua filosofia inicial de oferecer opções seguras e baratas.

Eu sempre tive muito apreço pela marca, e tive ao longo dos anos toca-discos da Rega - começando pelo P3 quando ainda estava na Audio News, depois o modelo P25, culminando com o P9. Além da caixa Rega Ela, por quase uma década no meu segundo sistema.

Acho que testei 90% de todos os produtos lançados pela marca nos últimos 30 anos, e modestamente conheço bem o ‘DNA Sonoro’ da Rega.

Meu testemunho é que são produtos feitos para durar uma vida, se bem cuidados.

A sonoridade de seus eletrônicos está mais para o quente do que o analítico, e bem-casados costumam soar bem musicais.

O que ouço de críticas: que as pontas poderiam ter mais extensão e o soundstage poderia ser mais profundo e largo.

Os modelos de eletrônicos mais top da marca, não possuem essa limitação, acreditem.

E esses produtos têm ajudado os engenheiros da Rega a buscar aplicar esse aprimoramento em seus novos eletrônicos de entrada.

Um bom exemplo é o novo amplificador integrado Elex Mk4, que em relação ao Elex-R, mostrou significativo avanço, principalmente nos graves.

Acho que a Rega tem como proposta só avançar em sua topologia
quando se sente absolutamente segura.

E não podemos esquecer que se trata de produtos de entrada, com uma forte concorrência Asiática com seus Classe D, baratos e descartáveis (quebrou, compra outro).

A Rega não, continua apostando em sua topologia Classe AB, alterando apenas o tamanho do transformador de cada modelo para gerar maior potência.

E o Elex Mk4, nesse quesito, é bastante generoso com seus 72 Watts em 8 ohms e 90 Watts em 4 ohms. Para salas de até 16m quadrados, com a caixa certa (pelo menos de 88 dB), será potência suficiente para qualquer estilo musical.

Outra mudança significativa foi no acabamento, tornando essa nova
versão mais limpa e elegante.

E como já cantei a bola, ele além do amplificador de fone de ouvido, possui um bom pré de phono (MM) e um DAC também de bom nível, com duas entradas digitais: coaxial e óptica.

Para o teste utilizei especificamente duas caixas: Rega Aya (seu parceiro natural, na minha opinião) e a Wharfedale Aura 2. Mas eu indicaria, nesse hall de caixas, também a Wharfedale Linton 85 e a Denton, como parceiras a serem ouvidas.

O cabo de caixa foi o Trançado da Virtual Reality, com excelente casamento, e os cabos de interconexão foram o coaxial também da Virtual Reality, e da Sunrise Lab, e um velho e surrado van den Hul Digicoupler. O DAC usado foi o Ferrum Wandla, e o streamer foi o Nagra Streamer (leia teste edição de dezembro próximo). Cabo de força,
usei o original que vem com o equipamento, e também Virtual Reality Argentum (leia teste na Edição 309).

Para ligar o phono, consegui ouvir por um final de semana emprestado de um amigo o Rega P3 com uma cápsula Ortofon 2M Red. E como fones, utilizei o Grado SR225x (leia teste na edição de novembro da Audiofone), e o Meze 109 Pro.

O Rega Elex Mk4 veio zerado, o que exigiu uma longa queima de mais de 180 horas. Um lembrete importante: tenha paciência, pois ele parecerá escuro e sem pontas nas primeiras 100 horas. Ouvi-lo nessas condições levará a impressões erradas sobre o amplificador.

Como a caixa Aya veio junto, usei essa queima também para o amaciamento da caixa - ela foi ainda mais demorada: 250 horas! Se você fizer a lição de casa pacientemente, garanto que irá apreciar o seu investimento. Pois o Rega entrega o que promete. Aliás, para um produto desse nível de preço, diria que a soma do pacote, vale cada centavo investido.

Seu equilíbrio tonal possui agora um grave com melhor extensão na fundação da primeira oitava, permitindo respostas rápidas e com bom corpo e energia. Tanto em instrumentos percussivos, como solos de contrabaixo e órgão de tubo!

A região média mantém aquele calor tão característico de toda eletrônica Rega, desde sempre.

Se você é adepto de maior transparência, esse tipo de eletrônica não o irá satisfazer. Mas para quem quer resgatar toda sua coleção de discos, eis uma oportunidade de ouro.

E os agudos, ainda que não tenham aquele decaimento mais extenso e suave, ele é o suficiente para se reconhecer o tamanho de salas de gravação, e a quantidade de reverberação usada nas vozes.

E nunca irá passar do ponto com estridência ou brilho excessivo.

Se isso é importante para você, o Elex Mk4 é uma ótima opção.

O soundstage realmente tem maior largura que profundidade, mas isso pode ser contornável se as caixas puderem ser ajustadas com um respiro decente entre as paredes laterais e a parede às costas delas.

Que medida é essa? Algo de pelo menos 40 cm das paredes laterais e 60 cm das paredes as costas. E o mais importante: uma distância mínima entre as caixas de pelo menos 2.50m - para que? Para poder ter espaço para a montagem correta do triângulo equilátero, claro.

Isso irá ajudar e muito a contornar a limitação de profundidade.

As texturas são um ponto alto desse integrado. Ouvindo o novo álbum do pianista Tianqi Du, tocando o Concerto para Piano e Cordas de Bach, foi possível ouvir sem esforço as paletas de cores da orquestra de cordas, em contraste com o piano, ainda que em alguns momentos estejam todos em uníssono.

O mesmo ocorreu com a gravação do Quarteto Calidore tocando Beethoven. Gravação primorosa que pode perfeitamente ser uma excelente referência para esse quesito, justamente pela qualidade dos músicos, seus instrumentos e a belíssima captação.

Falta maior arejamento nos violinos? Certamente que sim, mas isso não tira a beleza de observarmos a soma de virtuosidades do quarteto.

Os transientes, desde que conheço as eletrônicas Rega, nunca foram problema. Tempo e ritmo, sempre foi uma busca incessante deste fabricante. E o Elex cumpre com maestria esse quesito.
Os amantes de rock e blues, se sentirão recompensados ao ouvir
seus discos nesse integrado.

A macrodinâmica não tem aquela ‘volúpia’ de integrados mais refinados e com maior potência. Mas será possível, com a caixa certa, se conseguir melhores ‘degraus’ entre o piano e o fortíssimo.

Já a microdinâmica, pelo Rega não ser ultra transparente, não terá a recuperação de todos os mais sutis detalhes, somente os mais bem captados e presentes na mixagem serão ouvidos (esse é um preço a se pagar com os produtos mais de entrada, não dá para ter tudo).

O corpo harmônico é excelente para o seu preço, e até nos surpreendeu em muitas gravações que achávamos que não seria tão fiel ao tamanho real do instrumento.

E a materialização física dependerá exclusivamente da qualidade técnica das gravações. Se forem magistrais, o acontecimento físico ocorrerá - do contrário, não

Conclusão.

Sinceramente acho que o Rega Elex Mk4 é um excelente integrado
de entrada.

Pois o consumidor só precisará escolher sua fonte (CD, LP ou Streamer), e ligá-la ao integrado, e este ao par de caixas ideal.

Um sistema minimalista que pode dar muitas horas de prazer auditivo.

Quer melhorar as pontas, invista em um cabo de força melhor, e um par de cabos de caixas com um equilíbrio tonal impecável!

Sua sonoridade, ainda que mais para quente que transparente, é muito correta e livre de fadiga auditiva ou limitação na escolha do que ouvir.

Isso é um alento, meu amigo, para quem tem um orçamento reduzido mas sonha com um setup de maior qualidade e refinamento.

Tudo que esse pacote oferece é honesto, e pode ser a solução que tantos dos nossos leitores desejam!

Se cabe no seu bolso, eu o ouviria com enorme atenção

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Amplificador Integrado Norma Audio Revo IPA-140.

norma-revo-ipa-140

A Norma Audio está entre aquelas marcas que sempre escrevo que entram no meu ‘radar’ pessoal, e de tempos em tempos busco informações atualizadas para saber se continua atuando timidamente nomercado, ou se começou a ganhar a notoriedade e atenção merecidas.

São inúmeros os detalhes que despertam meu interesse por uma marca, mas dificilmente alguma consegue ter mais que um ou dois diferenciais interessantes, e quando ocorre de ter mais que três, eu realmente redobro minha atenção.

A Norma pertence a este seleto grupo, que possui muitas qualidades que prezo muito.

E quais são essas virtudes? A essencial é descobrir que o projetista pensa, planeja e executa suas ideias fora de todas as obviedades ortodoxas. A segunda é que todos seus projetos só são alterados quando realmente algo significativo em sua performance foi descoberto e comprovado.

Terceiro, o design de seus produtos são todos ‘atemporais’ e seu acabamento é simples, limpo, mas de extremo bom gosto e com construção impecável!

E, quarto e o mais importante: Enrico Rossi seu engenheiro e fundador é um projetista focado na busca da Neutralidade acima de qualquer outra qualidade sonora.

Os leitores que me acompanham sabem que essa palavra soa como Música aos meus ouvidos, e fico feliz em saber que essa corrente que chamo de Terceira Via, continua ganhando adeptos.

Fundada em 1987, em Cremona, seu primeiro amplificador foi o NS123. Segundo o próprio Enrico Rossi, seu lançamento despertou o interesse de seus conterrâneos audiófilos, e o permitiu ganhar respeito dentro da Itália.

Tanto que, em 1991, a Norma Audio chamou a atenção da Opal Eletronics, um fabricante Europeu de dispositivos eletrônicos de medição, e juntos começaram uma parceria para descobrir e entendercomo equipamentos de áudio podem degradar o som, e o que é necessário para evitar esse risco. 

Foram sete anos de inúmeras pesquisas e testes, até Rossi construir um conjunto de regras e orientações gerais, para evitar erros que ele chama de recorrentes, na fábrica de amplificadores e fontes analógicas e digitais.

Enrico Rossi produz diversos vídeos em que ele aborda inúmeros temas técnicos, e descreve suas experiências de maneira que até um leigo possa acompanhar seu raciocínio, e seus erros e acertos na busca dessa tão almejada Neutralidade.

Ele, a todos que o questionam sobre o que é Fidelidade, responde: “O som deve ser natural, dinâmico e suscinto”. E lembra que só um ouvido rigorosamente treinado, com anos de audição de música não amplificada, permitirá que você possa distinguir o certo do errado (fico feliz que um engenheiro de áudio defenda com tanta determinação os
mesmos princípios de nossa linha editorial).

E, em vários de seus vídeos, ele nos conta que frequenta semanalmente concertos de música clássica, desde a sua mais tenra infância.

E com esse treinamento referencial, ele consegue entender como diferentes amplificadores soam e como seus parâmetros se traduzem no que escutamos através dos falantes.

Ele também nos fala de seus anos dedicados a analisar o ‘caráter’ do som de um determinado amplificador, e fazer correlações entre o que ouvia e media, para entender como o amplificador é afetado pela distorção ou fase.

A etapa seguinte de seus estudos pessoais, foi investigar diferentes topologias de circuitos, qualidade dos componentes, projetos mecânicos e a estrutura e concepção da fonte de alimentação, e como isso afeta uns ao outros, e como eles podem ser combinados para uma melhor performance sonora.

Aí ele passou para a avaliação prática, construindo diversos protótipos, para descobrir que para um amplificador ser capaz de fornecer corrente instantaneamente, é necessária uma fonte de alimentação muito mais eficiente do que se acredita ser o ideal, e que para alcançar um nível de performance neutro e convincente, também é essencial uma resposta de frequência ampla, muito além dos limites da audição humana.

Nos amplificadores da Norma, a resposta de frequência começa em 0.1 Hz e vai até 2 MHz, em -3dB. Isso no circuito analógico, não em um circuito digital!

Tenho certeza que nossos leitores ‘tarados’ por especificações técnicas, estão coçando a mão com vontade de berrar, que inúmeros fabricantes de áudio atuais extrapolam a banda de resposta para muito além da audição humana, dimensionam fontes para uma resposta instantânea de corrente, e basicamente tudo que o engenheiro Rossi aprendeu e aplica em seus projetos. Ok!

Eu, ao ler diversos posts e artigos da Norma, também cheguei a essa mesma conclusão. Ele não está sozinho nessa estrada. Outros também a utilizam.

Mas aí eu volto a pergunta a vocês, que levantaram essa questão: todos que trilham essa estrada tem o mesmo resultado sonoro? O caminho de todos que escolheram essa topologia, busca a Neutralidade acima de outras benesses sonoras?

Se vocês aceitam a resposta de alguém que testou, nos últimos 32 anos (contando com a Audio News) mais de 2000 equipamentos, afirmo que aqui no Brasil muitas poucas marcas, do passado e do presente, chegaram perto da Neutralidade.

As duas correntes predominantes em termos de sonoridade são: a ultra transparência, que nos joga no colo de uma performance analítica, ou a eufônica, que nos joga para a outra ponta, para um som que muitos chamam de quente e ‘musical’ - ainda que todos vocês saibam que na nossa linha editorial, essa eufonia não tem nada a ver com a
musicalidade que fecha o quesito de nossa Metodologia.

Assim, nenhuma dessas duas correntes predominantes chega perto da Neutralidade aqui descrita pelo engenheiro Rossi, como a assinatura sônica dos produtos da Norma. Sigamos. O Revo IPA-140 é um amplificador classe AB, e a única informação que conseguimos com o fabricante é que a versão atual é a quinta desde seu lançamento na virada do século.

O IPA-140 debita 140 Watts em 8 ohms, e dobra de potência em 4 ohms, utilizando seis transistores MOSFET por canal.

Como disse na apresentação do produto, seu gabinete é muito limpo, mas bastante bonito, feito de alumínio escovado, na opção prata ou preto. Os dissipadores ficam escondidos pelo design curvilíneo da tampa e da base.

Tanto os dissipadores como a tampa de trás das conexões, são sempre pretas.

Na frente temos um enorme botão no centro do painel prateado, do lado direito um pequeno botão que é um interruptor de modo de espera e um seletor das entradas. E do lado esquerdo fica o sensor de infravermelho do controle remoto. Seu circuito é todo dual-mono, com dois transformadores, um para cada canal, e um peso final de
25 kg!

No painel traseiro, temos a entrada de força IEC, 4 entradas RCA e uma XLR. E, nas pontas, os terminais de caixa.
Caso o usuário deseje o pré de phono opcional (MM e MC) da

Norma, a entrada 1 RCA será dedicada a essa fonte. E, para os que desejarem o DAC também opcional, existe uma entrada USB tipo B. A placa DAC é um módulo baseado no chip AKM 4391. 

O modelo enviado para teste veio sem o pré de phono ou o DAC.

Seu controle remoto é único para operar toda a linha de produtos Norma. Em alumínio bem construído, o único inconveniente (para um homem de 66 anos) é enxergar os diminutos números das entradas e letras de volume, mute, CD, Amp, Pré, etc. Mas uma coisa que adorei nesse controle, e que não vi em nenhum dos produtos testados
nesses 32 anos, foi que existem dois modos de controlar o volume: o rápido e o step by step.

Achei além de muito bem sacado e bastante útil, para pessoas como eu que buscam sempre ouvir as gravações no volume limite mixado em cada disco.

E em controles que o volume é rápido, esse ajuste fino é impossível!

No Norma consegui esse requinte, e o estou usando em todas as gravações. Aumento pela opção rápida, depois faço o ajuste como minha filha batizou de ‘manobra sonora’ (gostei do termo!), até chegar no volume estipulado pelo engenheiro de gravação.

Outro mimo, que o fabricante envia junto com o equipamento, é um kit de fusíveis de reposição. De cabeça só me lembro da dCS fazer isso em seus produtos. Nagra e darTZeel, os equipamentos mais  ‘realistas’ em termos de valores, não me lembro de terem essa preocupação para aqueles domingos ou madrugadas, véspera de feriados
prolongados, em que o fusível queima e não temos em casa nenhum de reposição! (quem já passou por esse perrengue, levante a mão).

Antes de falar como esse italiano soa, e se seu projetista realmente tem algo diferente a oferecer em termos de performance, preciso entrar novamente em um terreno espinhoso, que é a Neutralidade.

Se quiserem se aprofundar no tema, da maneira abordada por nós, sugiro a leitura dos testes dos cabos da Dynamique Audio, modelo

Apex, e das eletrônicas Nagra, entre os mais recentes e frescos em minha memória e, provavelmente, na de muitos de vocês que também leram esses testes.

De forma ‘rasa’ ou ‘telegráfica’, a primeira definição que nos vem à mente quando falamos de Neutralidade certamente seja o ponto intermediário entre o frio e o quente, ou entre o transparente e o musical.

Podemos até aceitar que a Neutralidade, geograficamente, se situe no meio de ambos, mas a Neutralidade que esses fabricantes estão buscando de maneira cada vez mais eficaz e audível, é interferir o mínimo possível no que está na gravação. Buscando estar ‘ausente’ de apresentar sua ‘versão sonora’ daquela gravação!

Claro que inúmeros objetivistas acharão isso um objetivo inatingível, mas se esses se derem o direito de ouvirem o que esses fabricantes conseguiram até o momento, talvez alguns percebam que existem qualidades nesse caminho, e consequências positivas em termos de conforto auditivo e maior inteligibilidade do todo.

E aí chegamos no ponto central do objetivo dessa Neutralidade: não é tornar as gravações sem vida, como muitos leitores já nos questionaram, pois na cabeça dos audiófilos o que os move é encontrar o sistema ideal a seu gosto musical, e acredito que nenhum escolheu a

Neutralidade como objetivo final.

Mas se esses mesmos audiófilos se derem o direito de ouvir suas gravações em um setup predominantemente ajustado para o Neutro, eles talvez entendam essa correlação maior da inteligibilidade do todo do acontecimento musical, com ausência de fadiga auditiva.

Pois a Neutralidade almejada por esses fabricantes é, na verdade, um equilíbrio maior entre todas as nuances existentes na reprodução eletrônica da música.

E se traduzirmos isso para os oito quesitos da nossa Metodologia, seria o equipamento que atingiu a mesma pontuação em todos eles.

Não imagino uma legião de audiófilos abraçando essa Terceira Via sonora da noite para o dia. Mas percebo nitidamente que audiófilos com maior experiência, e que possuem uma bagagem musical referencial da música ao vivo não amplificada, possuem maior facilidade em entender e ouvir as vantagens de um sistema mais neutro em sua assinatura sônica.

Agora vamos, finalmente, falar das qualidades sonoras do Norma.

Começarei pela conclusão: é o integrado mais neutro que analisamos nesses 28 anos da revista!

Sua apresentação da música é simplesmente o retrato sonoro mais fidedigno possível do que os músicos e o engenheiro de gravação alcançaram. Você ouvirá nuances que sequer são percebidas por outros excelentes integrados.

Não se trata apenas de recuperar micro-detalhes, mas de erros e acertos das gravações, do posicionamento dos microfones à escolha dos mesmos, da qualidade dos músicos e de seus instrumentos, e principalmente da qualidade final das mixagens e masterizações.

Pelo amor dos meus filhos, Andrette, traduz o que você escreveu!!!!!!!

Ok, vamos aos exemplos didáticos: só irá valer para os leitores que tiverem ainda as mídias físicas, pois no streamer tudo é mais pobre em termos de holografia sonora 3D, mas se quiserem tentar, boa sorte!

Ouça a faixa 22 do disco Love dos Beatles - While My Guitar Gently Weeps, do George Harrison. Não foi apenas uma remixagem dessa faixa, fizeram um lindo arranjo de cordas para o disco, que no original não existe. Na maioria dos integrados de alto nível, o naipe de cordas soa como um quarteto de cordas, o corpo é magro e o naipes soa uníssono, é difícil de acompanhar os violinos, violas, etc. E a sensação é que a orquestra tocou em uma sala de gravação pequena.

amplificador-integrado-norma-revo-ipa-140

 

No Norma, existe muito mais ar, e a ambiência é mais próxima do espaço físico real do estúdio, e as cordas não estão confinadas somente dentro do canal esquerdo. E o som no todo não soa tão bidimensional como em todos os outros integrados.

Mas a gravação não tem grande profundidade, com apenas o George Harrison no centro um pouco mais recuado.
Aí você escuta o nosso Volume 15 do CDs encartado na Musician Magazine, faixa 7 - o terceiro movimento da oitava de Shostakovich, e o palco à sua frente no Norma é pleno, com largura para além das caixas, profundidade com todos os planos bem definidos, focados e recortados, e se escuta até o rebatimento nas paredes laterais dos instrumentos de sopro no centro da orquestra.

É um resultado que emociona, nos transmite realismo, conforto auditivo, materialização física da orquestra, não na nossa sala mas sim nos levando para a sala de gravação.

Ouça essa mesma faixa em outros excelentes integrados, e alguma coisa desse hiper refinamento se perde.

Claro que os excelentes integrados podem, pelas suas ‘virtudes’, dar ênfase a características que apreciamos, como por exemplo maior impacto dinâmico nos tímpanos, ou mais dramaticidade no rasgo dos naipes dos metais, ou ênfase na caixa, mas ter essa organização do acontecimento musical, sem desviar nossa atenção do todo, essa qualidade meu amigo é mérito das eletrônicas mais neutras, somente!

Espero ter explicado didaticamente essa questão.

O Norma é o tipo de amplificação que irá se beneficiar de 200 horas de queima, mas seu grau de prazer auditivo é instantâneo, você poderá apreciar seus discos desde o primeiro play! Nada de aguardar por dias os agudos se tornarem estendidos, os graves se firmarem e os médios se encaixarem, perdendo frontalidade.

Seu equilíbrio tonal é correto desde o primeiro segundo, e o que 200 horas aprimoram é apenas para deixá-lo ainda mais refinado, para apreciarmos ainda mais a ambiência nas altas e o deslocamento de ar nos graves.

Os médios são os que menos se alteram com a queima, mas tem um leve recuo depois do aparelho plenamente amaciado.

Seu soundstage é primoroso. Aliás, o Engenheiro Rossi tem diversos vídeos tratando de sua busca incansável por uma apresentação genuína 3D.

Acho que dentro das limitações das gravações multipista a partir dos anos 70, o que sua eletrônica alcançou é impressionante - e deveria ser referência para todos. Principalmente engenheiros de gravação, que deveriam ouvir seus trabalhos e ver como estão comprimindo excessivamente e deixando o som cada vez mais bidimensional (será esse o motivo de tentarem emplacar a qualquer custo o Dolby Atmos, o áudio 3D?).

Como diz o engenheiro Rossi, tudo é uma questão de aprimorar sua audição e ter referências do acontecimento musical real!

Ele nos mostra sem firulas ou marketing barato, o caminho das pedras para se ter em casa uma reprodução 3D holográfica - desde que a gravação tenha essa qualidade obviamente.

Nas semanas de teste do Norma, ouvi uma centena de gravações de todos os gêneros musicais e períodos. E vendo como a música a partir dos anos 70 foi ficando cada vez mais bidimensional. Com inúmeras gravações soando como se só tivessem largura e altura ou, se tiver voz, o cantor(a) está ao centro, levemente recuado(a), com os instrumentos à volta, soando todos no mesmo espaço e dentro das caixas.

Resultado, gravações comprimidas e sem nenhum arejamento, dão maior fadiga auditiva e desinteresse em ouvir novamente, principalmente em sistemas ultra transparentes.

Mas o Norma faz algum milagre com essas gravações, Andrette?

Claro que não, mas leia atentamente o que descrevi no exemplo da gravação do disco Love dos Beatles, e você entenderá que qualquer ‘respiro’ ou um foco e recorte mais correto, tornam qualquer gravação mais palatável!

Isso se traduz na nossa metodologia por ......... Folga!

Essa qualidade o Norma tem para ensinar a todos os concorrentes como fazer bem feito!

E isso, consequentemente, resgata grande parte dos nossos discos tão queridos e jogados às traças por muitos e muitos anos (principalmente depois que você iniciou sua jornada em busca de um sistema hi-end).
E chegamos ao quesito Textura!

O leigo, ou o audiófilo que preza e possui um sistema voltado para o quente eufônico, irá certamente achar as texturas ‘estranhas’ em uma eletrônica neutra. Mas à medida que você ouvir suas gravações preferidas, que conhece detalhadamente, irá perceber algumas nuances muito relevantes para o todo.

Pegue uma primorosa gravação de quarteto de cordas, como a do Hagen Quartet tocando o Adagio e Fuga de Mozart (faixa 6 e 7) e você perceberá que o perfeito equilíbrio tonal e o exuberante soundstage, com enorme espaço e imagem sonora holográfica, que nos mostram a posição exata de cada instrumento no espaço de gravação, e seu recorte cirúrgico, nos permite concentramos no quarteto à nossa frente como em uma apresentação ao vivo.

E observar a riqueza da paleta de cores dos dois violinos, da viola e do cello. E apreciar o virtuosismo do quarteto, qualidade dos nstrumentos, escolha e posicionamento correto dos microfones, e a riqueza de detalhes e complexidade da escrita de Mozart. 

É um deleite aos nossos ouvidos, e à nossa essência!

Esse grau de apresentação de texturas, meu amigo, só é possível quando os quesitos todos estão alinhados e atuando no mesmo nível!

E aí temos o quarto elemento dessa cadeia de acertos: a resposta de transientes. Ela precisa ser absolutamente correta em tempo, ritmo e andamento! E um excelente exemplo é o CD Eight Plus, do The Ron Carter Nonet. Que tão orgulhosamente lançamos, ainda no Clube do Áudio em 1997, em parceria com a gravadora Movieplay.

É uma gravação minha de referência, e esteve presente em todos os nossos Cursos de Percepção Auditiva, justamente para mostrar a simbiose entre textura e transientes.

Pois intencionalidade sem uma correta resposta de transientes, não existe. E esse disco tem várias faixas para provar essa correlação entre esses quesitos.

A faixa que uso é a sete - El Rompe Cabeza. Ron Carter, para esse trabalho gravado no Japão para o selo JVC, teve como formação o próprio tocando Piccolo Bass em todas as faixas, o pianista Stephen Scott, o baixista Leon Maleson, o baterista Lewis Nash, o percussionista Steve Kroon e quatro celistas: Kermit Moore, Chase Morrison, Carol Bluck e Rachel Steuermann.

Essa é daquelas gravações, meu amigo, que não faz sistema de refém. Ou o sistema passa pelo teste ou padece!
Tenho histórias interessantes sobre essa gravação: desde um leitor que nos devolveu o disco, dizendo se tratar de uma gravação ‘inaudível’, até um leitor que deu o CD para sua empregada doméstica de tão ruim que achou.

Eu contava essas histórias, claro, após mostrar em diversos sistemas usados nos cursos, como era uma gravação crítica e exigente com sistemas pobres em resposta de transientes, soundstage e equilíbrio tonal. Pois essa faixa 7 exige demais desses quesitos.

Porém, se o sistema estiver à altura do desafio, meu amigo, é de ouvir calado e suspirando ao final!

Quem não conhece ambas faixas, fica incrédulo quando eu digo que elas podem soar sofríveis! Pois no sistema certo, soam divinas!

Como pode, todos perguntam?

Simples, basta as pessoas serem humildes e aceitarem que o problema não são as gravações, e sim seu sistema que está torto! Quantos audiófilos têm a coragem de assumir que erraram, quando podem simplesmente jogar a culpa na gravação?

O Norma reproduz esse disco do Ron Carter impecavelmente, com uma apresentação de transientes na marcação da caixa de bateria, os staccatos dos quatro cellos e o solo do Ron Carter de maneira que você não perde uma nota sequer!

E para avaliar a dinâmica, recorri às nossas gravações sinfônicas mais usadas: Sagração da Primavera de Stravinsky, Sinfonia Fantástica de Berlioz, e coloquei uma gravação que adoro, mas fazia tempo que não ouvia - Copland - The Music Of America - faixa 1 - Fanfare for the Common Man, que também usei no Workshop.

Meu amigo, velocidade, corpo, deslocamento de ar da percussão, são de enorme impacto e correção. Não é um cofre de uma tonelada caindo no meio das suas pernas, mas é preciso e impactante, como está escrito na partitura.
E nos outros dois exemplos, idem.

Quanto à micro, sua neutralidade é a base para que ouçamos desde as nuances mais ínfimas, as mais explícitas.
Sua apresentação de corpo harmônico é uma das mais interessantes de qualquer excelente integrado que testamos nos últimos anos.

Não é melhor apenas que do Sunrise Lab V8 Aniversário (que ainda nesse quesito é nossa referência), mas para gravações digitais é altamente convincente, e faz com que nosso cérebro não fique nos atormentando se aquele corpo não poderia ser maior.

E como já cantei a bola, nas gravações bem feitas no Village Vanguard, em Nova York, do pianista Bill Evans e do octeto do Wynton Marsalis, fui literalmente transportado para lá.

E materializei à minha frente o tenor José Cura, Louis Armstrong, Ella, Sinatra e Milton Nascimento.

Conclusão.

Quando vimos a lista de novos integrados que estão chegando ao mercado, e seus históricos internacionais com excelentes testes, sabíamos que essa nova leva teria todas as condições de avançar ainda mais acima do limite de 100 pontos, entrando no Estado da Arte Superlativo.

E era apenas uma questão de tempo sabermos quem iria subir um degrau acima do maravilhoso V8 Aniversário da Sunrise Lab, detentor desse podium por mais de dois anos!

Essa nova referência é inegavelmente o Norma Audio Revo IPA-140.

Um integrado tão refinado que não deixou muito espaço para nenhuma dúvida de sua merecida pontuação.

Trata-se de um aparelho tão surpreendente em termos de preço, performance e construção, que fica até difícil sustentar que ainda haja espaço para prés e powers com pontuação inferior ou semelhante, mas que custam provavelmente muito mais que o Norma.

Se querem que eu o defina em uma palavra, a única que me vem à mente é: Exuberante!

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Caixas Acústicas Rega Aya.

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Quando eu estava na revista Audio News, realizamos o evento Audio Show e, em seu segundo ano, conheci a caixa da Rega Ela Mk2Xel, lançada em 1992 - se não me engano.dio Show e, em seu segundo ano, conheci a caixa da Rega Ela Mk2 Xel, lançada em 1992 - se não me engano.

E fiquei impressionado como aquela pequena coluna de duas vias tinha um grau de sedução para vozes e instrumentos acústicos, impossível de não notar e não se encantar.

Tanto que, ao testá-la, acabei ficando com o par para o meu segundo sistema (que ficava em uma sala menor) por quase uma década!

Então, ao contrário de muitos audiófilos que tiveram seu primeiro contato com os toca-discos deste fabricante inglês, eu comecei a conhecer a fundo a ‘filosofia’ de Roy Gandy pelos seus sonofletores, inicialmente.

Então, ao saber do lançamento das caixas Aya, com seu gabinete exótico de concreto e vidro, tive curiosidade, e a certeza de que deveria testá-la.

Nas fotos parecem maiores do que são ao vivo. Com apenas 87cm de altura, e apenas 14 kg, ela será muito fácil de instalar e ajustar em qualquer sala, e garanto você irá agradecer essa facilidade de manuseio, pois elas são bastante exigentes com o posicionamento.
A escolha de concreto para a construção de gabinete não é nada comum, e o uso de fibra de vidro para dar mais rigidez ao gabinete, menos ainda.

A Rega diz que optou por essa escolha pelo fato de conseguir o mesmo resultado em termos de performance que com MDF, que é muito mais caro. E em termos de design, este gabinete permite variações de formatos que seriam impossíveis no MDF.

Apenas o painel frontal é feito de MDF, com um invólucro de vinil que imita o alumínio escovado e dá um efeito visual interessante quando se joga luz em cima da caixa.

Os pés, que dão a sustentação, são feitos de metal, mas diria para ainda assim terem cuidados com crianças pequenas e animais de estimação de grande porte. Quanto às crianças, um outro detalhe: a Aya não tem tela de proteção para os falantes, então será um convite e tanto para dedinhos curiosos.

A Rega optou por uma topologia de duas vias e meia, com um tweeter ZRR desenvolvido pelo fabricante, um falante de médio-grave de 5 polegadas e um woofer de 7 polegadas. Ambos com cone de papel tratado - usado em todos os seus falantes desde 1990.

O pórtico de graves fica abaixo do falante de 7 polegadas, e não existe a possibilidade de bicablagem na Aya.

Segundo o fabricante, sua sensibilidade é de 89dB, e sua impedância nominal de 6 ohms. Ou seja, é uma caixa compatível com qualquer amplificador de no mínimo 50 Watts, para salas de até 16m².

O fabricante não fornece dados sobre sua resposta de frequência, então tivemos que descobrir ouvindo.

Para o teste, utilizamos os integrados Rega Elex Mk4 (leia teste na edição 311), Norma Audio Revo IPA-140, e Soulnote A-3 (leia teste na edição 312). Fontes digitais: Streamers Nagra Innuos ZENmini Mk3, e DAC Wandla da Ferrum Audio (leia teste na edição 310). Os cabos de caixa foram o Virtual Reality Trançado.

A primeira dica importante: você vai precisar de paciência para o amaciamento, que será longo e gradativo. A Aya, quando instalada, será uma decepção quase que mortal! Pois os graves estão travados e os agudos engessados. Só tem médio!

Mostrar em um Show Room a Aya sem amaciar será um tiro no pé. Imagine, então, convidar os amigos audiófilos para escutá-la com dez horas de queima?

Será munição para falarem mal de sua escolha por anos!

Mas ela não soará assim para sempre. Dê o tempo certo, e ela irá florescer e mostrar que o investimento valeu a pena.

Segunda dica: se gostas de ouvir em volumes altos, e seu gosto musical está mais para Thrash Metal, esqueça-a, pois ela não foi projetada nem para tocar em nível de PA e muito menos tocar Thrash Metal.
Mas, se sua coleção de discos está mais para obras acústicas, vozes, pop e rock bem gravados, trios, quartetos, quintetos, jazz, blues e MPB, então ela pode ser uma sonora surpresa para você.

Terceira dica: no posicionamento elas precisam, apesar de seu tamanho, serem instaladas simetricamente na sala e, no mínimo, com 2.5m entre elas e 50cm das paredes laterais, e 80cm das paredes às costas.

Quarta dica: ela se sentirá à vontade em salas de 10 a 16m², com um amplificador de no mínimo 50 Watts e uma fonte digital ou analógica de bom nível, pois depois de amaciada, ela irá te surpreender com seu grau de detalhamento e musicalidade.

Quinta dica: esqueça as primeiras 100 horas, pois ela irá melhorar muito pouco e fará os ansiosos quererem jogá-las pela janela.

Mas, se acredita em amaciamento, não fará tamanha besteira e irá esperar as 180 horas mínimas para descobrir que seus graves irão desabrochar e seu agudo sairá da profunda hibernação de fábrica.

Sexta dica: enquanto espera a transformação de Patinho Feio em Cisne, você pode ir ajustando o posicionamento ideal delas na sua sala, mas deixando o ajuste fino apenas para quando ela estiver totalmente amaciada.

E quanto tempo esse processo leva, Andrette? Aqui foram 250 horas, e até 320 horas ainda ocorreram ajustes pontuais (no encaixe do médio-alto com o tweeter).

Se você for capaz de domar sua ansiedade, e se lembrar que a caixa custou menos de 15 mil reais e tem uma assinatura sônica muito convincente e sedutora, você passará de um ouvinte frustrado, para um ouvinte realizado!

Seu equilíbrio tonal depois de amaciado tem graves com peso, articulados, velozes e convincentes. Sua região média é seu ponto forte.

Possui um grau de naturalidade e presença muito intenso, e os agudos, se não são a última palavra em extensão, cumprem bem com o seu papel de não soarem sujos ou brilhantes.

Se isso para uma caixa de menos de 15 mil reais é o que você procura, você achou o par perfeito para sua sala, gosto musical e eletrônica.

Seu soundstage, quando bem posicionada, possui excelente largura, boa profundidade, mas a altura será mais para uma book do que uma coluna. Mas existem maneiras de se contornar a altura, com menos toe-in, deixando-as quase paralelas com as paredes laterais, e no máximo 15 graus voltados para o ponto de audição - aí a altura será um pouco melhor.

Texturas, assim como no equilíbrio tonal, serão fáceis de notar, principalmente a paleta de cor dos instrumentos.

Os transientes são precisos e com ótimo ritmo e andamento, nenhum complicador em termos de inteligibilidade, mesmo em gravações difíceis com enorme variação de velocidade e andamento.

A dinâmica será obviamente melhor que de uma book, porém com limitações de tamanho dos falantes e do gabinete. Mas nada que impeça de ouvir com gosto os crescendos, desde que em volumes corretos.

Já a microdinâmica é bem apresentada, porém sem aquele grau de transparência que tantos apreciam.

Fiquei surpreso com a apresentação do corpo harmônico de instrumentos como órgão de tubo, tuba, piano e contrabaixo. As pequeninas são valentes ao mostrar o tamanho desses instrumentos! Colocar os músicos à nossa frente, dependerá mais da qualidade das gravações e da eletrônica. Se estiver presente essa qualidade, a Aya será capaz de apresentar a música como se estivesse ali à nossa frente.

Conclusão.

Hoje o leitor encontra excelentes opções de caixas bookshelf e de colunas até 15 mil reais no mercado.

Então o melhor a fazer antes de sair comprando, é ouvir com calma e com seus discos de referência. Munido de paciência, garanto que haverá uma opção que atenda ao seu gosto e bolso.

O que a Rega Aya tem de diferenciado em relação à concorrência?

Sua assinatura sônica está mais para o eufônico que o neutro ou transparente, sua compatibilidade com amplificadores a partir de 50 Watts, e sua facilidade e equilíbrio para tocar tanto em volumes reduzidos quanto em volumes certos e seguros.

Com a eletrônica certa, será um deleite escutar música na Aya.

Tenha a paciência para esperar seu amaciamento integral, e te garanto que ela poderá te surpreender!

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Caixas Acústicas Marten Oscar Trio.

 

marten-oscar-trioExistem dois fabricantes de caixas hi-end suecos que acompanho faz muitos anos: Marten e QLN.

E quando digo acompanho, significa até mesmo fazer esforços para saber a opinião de amigos confiáveis e experientes na arte de separar o ‘joio do trigo’, e até ouvir o que estiver aqui no Brasil, mesmo que sejam modelos fora de linha, para entender o DNA sonoro da empresa.

A boa notícia é que finalmente a Marten está oficialmente no Brasil, e quem sabe em um futuro não tão distante, algum importador se encante também pela QLN.

Acho ser ‘chover no molhado’ falar do primor na construção de caixas acústicas hi-end feitas nos países Escandinavos, pois parece estar no sangue essa paixão pela marcenaria. E a Marten certamente, nesse quesito, se destaca de maneira impressionante. Pois somente quando você as desembala é que se tem a noção dos cuidados com todos os detalhes, do primor da construção, design e escolha minuciosa dos bornes de caixa, acessório de base da caixa e os pés para manter a caixa estabilizada em qualquer tipo de piso.

Caixas com esse requinte de textura no acabamento final do gabinete, em que você passa as mãos e não sente uma ruga ou desnível na superfície, só vi igual nas caixas suíças Boenicke, que também são um primor nesse cuidado com a apresentação final do produto. E estamos falando da série de entrada da Marten, o que me levou a ficar imaginando o grau de requinte das séries Parker, Mingus e Coltrane.

A Marten Oscar trio é uma coluna de duas vias e meia, que utiliza drivers de cerâmica, uma constante em todos os produtos deste fabricante, já que seu projetista e fundador, Leif Marten Olofsson é um apaixonado por esse tipo de falantes desde que fundou sua empresa em 1998. Para ele, esses drivers possuem uma assinatura sônica quando bem ajustados, muito natural e rica - “estilo eletrostático” diz, com o mesmo grau de resolução sem nenhuma das desvantagens dessa topologia.

Quando ele, finalmente, conseguiu os falantes de grave e médio com as especificações desejadas, lançou sua primeira caixa, a Mingus.

Pelos nomes das séries, não preciso dizer o quanto a família Marten é apaixonada por música e por Jazz.

Mas não pense que procurar os falantes ideais para dar vida às suas caixas acústicas não foi cheio de obstáculos e idas e vindas.

Olofsson mesmo fala dos desafios para projetar caixas acústicas com falantes de cerâmica ultra rígidos e leves - pois sem primeiro resolver os problemas de ressonância que todo falante de cerâmica possui, o resultado seria catastrófico.

Então, ele sempre fala que para chegar ao resultado final, foram anos de tentativas e erros.

Mas, resolvido esse ‘obstáculo’, o resultado é para ele melhor do que qualquer outro material que ele conheça - exceto o diamante, que para os tweeters ele acha que bem trabalhados tem um grau de refinamento ainda maior.
Para o sr. Leif, vencido esse obstáculo, vem a segunda etapa do problema - o gabinete. A Marten usa principalmente laminado de fibra de carbono para as duas séries mais sofisticadas (Mingus e Coltrane) e para as séries Oscar e Parker, utiliza painel de fibras especialmente escolhidos, e os reforços dos gabinetes são meticulosamente desenhados para se obter o melhor resultado possível.

Para tornar a série Oscar mais acessível a um público maior, os falantes de cerâmica foram projetados pelo fabricante e, depois, discutida e viabilizada com o fornecedor as maneiras de baratear o custo sem perder o padrão de qualidade existente nos falantes de cerâmica das séries acima.

O modelo enviado para o teste foi em Nogueira Fosca - lindo de olhar e passar as mãos para sentir as curvas na tampa superior do gabinete.

Os terminais de caixa são WBT Nextgen, e toda a fiação interna é da Jorma Design (outro fabricante escandinavo de cabos). A Oscar Trio utiliza dois falantes de médios-graves de 7 polegadas e um tweeter também de cerâmica de 1 polegada.

O crossover é uma mistura de primeira com segunda ordem, para simplificar o uso de componentes, e melhor se adequar aos drivers.

Ainda que seu tamanho não pareça dominar o ambiente, eu aconselho a ajuda de uma pessoa para desembalar e fixar os pés, e posicioná-las.

Segundo o fabricante, a Oscar trio responde de 27Hz a 20kHz (+- 3 dB), aceita potência nominal de até 250 Watts, possui uma sensibilidade de 89 dB, impedância de 6 ohms (mínima de 3.1 ohms) e corte em 2500Hz.

Ou seja, não é uma caixa devoradora de amplificadores, mas será conveniente um power que esteja à altura do desempenho, pois essa caixa tem inúmeras ‘garrafas para vender’.

Para o teste utilizei três integrados: Norma Revo IPA-140 (nossa referência em integrados), o Soulnote A-3, e o Sunrise Lab V8 Aniversário. Os powers foram o Gold Note PA-1175 MkII (leia Teste 2 na edição 313), e os monoblocos HD da Nagra. Prés de linha: Nagra Classic e Audiopax Reference. Fontes streamer: Innuos ZENmini Mk3 e Nagra Streamer (teste na Edição Melhores do Ano em janeiro), Transporte Nagra e DACs Ferrum Audio Wandla, e Nagra TUBE DAC. Analógico: toca-discos Origin Live Sovereign com braço Origin Live Enterprise
Mk3, e cápsula Dynavector Te Kaitora Rua (teste na edição de março de 2025). Pré de phono: Soulnote E-2 (leia teste edição 308).

A Oscar Trio veio com aproximadamente 50 horas de amaciamento, e a excelente notícia é que já sai tocando muito bem.

Feita a primeira audição, apenas com os discos da Cavi Records, voltou para o estaleiro junto com os powers da Gold Note por mais 100 horas!

Ao ouvir novamente em nosso Sistema de Referência, as mesmas músicas dos nossos discos, no mesmo volume e na mesma posição da primeira audição com os nossos cabos de referência (tudo Dynamique Audio Apex), percebemos significativas melhoras na fundação do grave e no deslocamento de ar, médios mais bem encaixados tanto nos médios-graves, possibilitando um aumento considerável no corpo harmônico nessa região, e um encaixe perfeito na passagem em 2500Hz para o tweeter.

A Oscar Trio necessita de espaço à sua volta, se você realmente quiser tirar uma de suas maiores virtudes - uma espacialidade 3D! Se você é um ‘tarado’ por palco sonoro, cuidado meu amigo, caso você sofra de pressão alta ou taquicardia, pois em uma sala que a deixe ‘respirar’, será um encanto ouvir sua apresentação de planos, recortes, focos, sem restrições em termos de largura, profundidade e, o mais difícil, altura (mesmo ela só tendo 1,07 m).
Como ela consegue? Essa é uma pergunta que o sr. Olofsson já deve ter ouvido inúmeras vezes. Será que tem a ver com o pequeno ângulo do gabinete, que não é reto e sim levemente inclinado para trás?

Eu apostaria que parte da magia está aí, mas isso também tem a ver com alinhamento de fase. Crossover bem construído e dispersão dos falantes tanto em termos verticais quanto horizontais.

Achei que, já que tínhamos todos esses avanços audíveis com 150 horas, antes de começar a avaliação, passei a escutá-la como nossa caixa principal até completar 200 horas, e ver se a queima havia se encerrado.

Nessas cinquenta horas restantes, eu a passei pelos três integrados, e pude perceber sua altíssima compatibilidade com todos, o que me animou a ficar atento e ‘sentir’ que poderia estar ouvindo a primeira caixa abaixo de 130 mil reais a atingir os 100 pontos de nossa Metodologia.

Estarei certo?

Mais à frente saberemos.

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Com 200 horas, não escutei mais nenhuma mudança, e iniciei os testes com a escuta das 80 faixas da nossa Metodologia.

Seu equilíbrio tonal é notável, não por exceder em algum detalhe, mas sim por fazer tudo de maneira tão harmoniosa e convincente.

Ouça por exemplo algumas gravações de piano solo, para entender o que estou tentando explicar. Boas gravações deste instrumento são sempre uma casca grossa para qualquer caixa de nível hi-end. Pois o equilíbrio tonal será colocado à prova a todo momento.

E somente as que possuem um equilíbrio tonal corretíssimo, passarão por essa prova de fogo sem se ‘chamuscar’.

Os agudos não podem soar vitrificados, a região média precisa ter inteligibilidade fidedigna ao que foi captado na gravação e decentemente mixado, e os graves precisam, além de peso, decaimento correto, e possuir energia e corpo para soarem “realistas”.

A Marten Oscar Trio fez a lição de casa sem vacilar em nenhum exemplo, e cumpriu à risca soar o mais fidedigna possível ao que estava sendo executado. E todos sabemos o quanto gravações de piano solo são armadilhas perigosas, mesmo para caixas top.

De todas as caixas em sua faixa de preço, até 140 mil reais, testadas nos últimos três anos, foi a que mais me impressionou e me convenceu de que tinha à minha frente uma caixa diferenciada!

Ao ouvir os exemplos de vozes, é que me dei conta do nível de correção da região média da Oscar Trio. Ela consegue mesmo em corais manter a inteligibilidade a um nível de requinte que só ouvi em caixas muito mais caras. As entonações, técnicas vocais e ruídos de boca, são apresentados como foram gravados, o que me levou a já antever
o que seria a avaliação de textura dessa caixa.

Os agudos são extensos, limpos, velozes, com ótimo corpo e zero de endurecimento ou brilho.

Como já adiantei alguns parágrafos acima, dê a essa caixa espaço e ela lhe presenteará com um palco sonoro estupendo!

Aqui sua melhor posição, para colocar a Filarmônica de Berlim à minha frente, ou a Osesp, elas ficaram a 1.7m da parede às costas delas, e 1m de distância das paredes laterais.

Achei que 4m entre elas seria muito, e me traria um buraco na imagem entre as caixas. Grande engano, pois elas adoraram essa disposição. Principalmente para grandes grupos orquestrais. Tentei algumas experimentações com nenhum toe-in, deixando-as paralelas às paredes laterais, e não rolou. Então as virei para a posição de escuta
apenas 15 graus, e não perdi nada da profundidade e ainda coloquei os contrabaixos da Nona de Beethoven para fora da caixa direita, de tal maneira que era possível ‘ver’ o que os contrabaixos estavam executando!

Primeira dica: sua sala precisa ter pelo menos 20 metros quadrados para extrair esse soundstage incrível que ela proporciona. Será preciso que sejam posicionadas perfeitamente em um triângulo equilátero, para a construção de uma imagem 3D, e feito isso, meu amigo, pode chamar o amigo audiófilo mais crica com soundstage, que ele sairá babando da sua sala!

E vieram os 8 exemplos de textura! Que massacre meu amigo, que massacre…

Como sempre digo, busque o melhor equilíbrio tonal possível, e o resto irá acontecer. Basta ter paciência, Referência e Metodologia.

Texturas não são apenas nos descrever a paleta de cores dos instrumentos à nossa frente. Texturas também nos mostram o grau de virtuosidade do músico, a qualidade do engenheiro de gravação na escolha e posicionamento correto dos instrumentos, a qualidade da sala de gravação, dos acertos da mixagem e masterização, das texturas, nos falam das intencionalidades e escolhas de uma apresentação musical.

Poucas caixas na faixa de preço da Oscar Trio conseguem esse pacote de intenções ser bem-feito. Ela quebrou de maneira consistente com esse paradigma. E na sua faixa de preço é, para mim, atualmente a referência nesse quesito!

Que venham outras caixas até 130 mil reais, capazes de desbancar a Oscar Trio na apresentação de texturas!

Ouvir nosso disco Timbres com a Oscar Trio, é ‘pêra doce’, pois as diferenças entre os microfones ficam muito evidentes, assim como em outras gravações, a qualidade dos músicos e de seus instrumentos.

Se você, como eu, dá a devida importância para este quesito, não perca a oportunidade de ouvir essa Oscar Trio no nosso próximo Workshop.

Os transientes da Oscar Trio são precisos, seja pela perspectiva de velocidade, andamento ou ritmo. Nada se perde, nada embola, nada fica com aquela sensação de ser uma passagem ‘nebulosa’. Na Oscar Trio temos sempre a sensação que o take que estamos ouvindo foi para valer, em que os músicos deram o seu melhor e se deram por
satisfeitos com o resultado.

Muitos dos novos leitores nos perguntam como podem perceber se os transientes de um componente do sistema não são bons? Você precisa, para memorizar essa diferença, ter a possibilidade de ouvir a mesma faixa em dois sistemas - um deles onde os transientes sejam mais corretos e precisos.

O que ocorre quando os transientes não são perfeitos, é uma sensação que a música está se arrastando, algo letárgico, desinteressante.

E isso ocasiona em nosso cérebro má vontade em tentar acompanhar o que estamos ouvindo.

Aí coloque essa mesma faixa em um sistema no qual esse problema não existe, e seu cérebro se acende novamente, e seu interesse retorna instantaneamente!

Venha ao nosso Workshop Hi-End Show em abril de 2025, que passarei alguns exemplos de níveis de resposta de transientes em sistemas hi-end.

Na Oscar Trio, transientes não será nunca um problema, a não ser que você a ligue em um amplificador valvulado vintage em que tudo soa letárgico, frouxo e sem vida.

Em uma eletrônica competente, nada de errado ocorrerá!

Falemos de dinâmica: a macro, o terror de caixas bookshelf e pequenas colunas. A Oscar obviamente tem sua limitação física de falantes de 7 polegadas, e as leis da física ainda valem para esse quesito.

Então, não pense que será possível ter a macro de PA em sua sala.

Nenhuma caixa hi-end existe para competir com PA de show.

No entanto, em volumes seguros, coloque as variações dinâmicas que você adora para mostrar o seu sistema ao cunhado, vizinho ou futuro genro - aqueles exemplos que farão o cara devolver para o copo o que estava bebendo com o susto - que a Oscar Trio cumprirá.

Não falo dos tiros de canhão da Abertura 1812 de Tchaikovsky, mas do helicóptero de Another Brick in the Wall, do Pink Floyd, por exemplo. Ou do Quinto Movimento da Sinfonia Fantástica de Berlioz, que não terá nenhum problema.

Já para a microdinâmica, se prepare, pois você provavelmente ouvirá muita coisa que jamais ouviu antes em nenhuma de suas caixas anteriores.

O corpo harmônico da Oscar Trio é também, como as texturas, um novo referencial nessa faixa de preço: impressionante o tamanho de pianos solo, contrabaixos, harpas e órgãos de tubo, se materializando à nossa frente.

E chegamos ao segundo maior ‘fetiche sonoro’, de 80% dos audiófilos: materializar à nossa frente o acontecimento musical. Com um nível tão alto de equilíbrio tonal, texturas, soundstage e corpo harmônico, é evidente que os músicos lhe farão visitas diárias nas gravações tecnicamente impecáveis!

E com a possibilidade de o dono dessas caixas escolher se desejam trazer os músicos para tocarem em sua sala, ou irem até onde eles gravaram.

Esse privilégio, meu amigo, só acontece para sistemas ou produtos acima de 100 pontos, OK?

Então pode se animar, pois a Marten Oscar Trio definitivamente nos convenceu e quebrou a barreira dos 100 pontos para a sua faixa de preço!

Conclusão.

Acho que ficou claro o quanto apreciei conhecer a Marten Oscar Trio.

Foi uma surpresa? Total!

Pois nutria algumas expectativas por tudo que li esses anos todos sobre os produtos desse fabricante, e ouvi amigos e leitores me dizerem sobre suas impressões sobre a marca.

Mas ela me surpreendeu muito pelo pacote de qualidades que ela entrega.

Tudo é harmonioso em termos sonoros, a ponto de, pôr inúmeras vezes durante o longo teste, querer apenas ouvir como a Oscar Trio apresentava aquele exemplo e esquecer que ela estava em teste - pois são dias para passar e repassar as 80 faixas e para finalizar a nota, pois é preciso ouvir grande parte dessas faixas de todos os quesitos
em nossa caixa de referência e, depois, na caixa em teste, e é um trabalho meticuloso e de enorme responsabilidade para não se cometer injustiças.

Esses são os produtos mais traiçoeiros para se avaliar, amigo leitor, pois passam o tempo todo nos ‘seduzindo’ para apenas escutá-las.

E, por outro lado, são os produtos que mais nos surpreendem, pois como sempre afirmo, produtos que carregam o DNA de seu criador, os famosos ‘produtos hi-end autorais’, são os que se destacam na
multidão.

E ainda que seja a série de entrada deste fabricante, para mim ficou notório o quanto o projetista se dedicou a fazer um trabalho muito bem-feito.

Produtos assim, merecem ser escutados com muita atenção!

Quem sabe vocês também o achem atraente, convincente e perfeito para os seus sistemas!

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Clube do Áudio.
Edição 314.

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