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Cabo de Caixa Oyaide Across 3000B - Review Clube do Áudio

30 de janeiro de 2023 – Reviews

Fernando Andrette.

Cabo Oyaide Across 3000B.

Depois do teste do cabo de força e do cabo USB deste renomado fabricante japonês, eu estava devendo a vocês o de caixa, que já está conosco desde o último trimestre do ano passado.

Seu teste já era para ter sido publicado na edição 281, mas com a minha internação e a recuperação mais lenta do que era imaginado, embolou o meio de campo e só agora consegui finalizar o teste.

Agradeço publicamente o Fernando Kawabe pela paciência em aguardar minhas conclusões.

O lado positivo (lá vou eu com o meu otimismo latente), é que com isso mais caixas foram utilizadas no teste, o que só contribuiu para garantirmos o quanto o cabo tem alta compatibilidade com inúmeras caixas distintas em preço e performance.

O Oyaide Across 3000 B utiliza o condutor 102 SSC, de tecnologia patenteada da Mishima Electric Wire. Além da topologia CIS (estabilizador com isolamento cruzado), e isolamento de polietileno de alto densidade molecular.

Os plugues são tipo banana de bronze com revestimento de prata e ródio, projetados em máquina CNC de precisão. E o sistema de fixação utiliza parafuso duplo. O cabo de fios de cobre possui revestimento duplo de prata e platina, em uma geometria de trança para uma condutividade superior, sem perda do sinal em relação aos sistemas de tranças coaxiais mais comumente utilizados nos cabos nessa faixa de preço.

A Oyaide afirma, em seu site, que o Across 3000 B foi desenvolvido para o consumidor que possui um orçamento mais apertado, mas que procura para o seu sistema um cabo mais neutro e com excelente equilíbrio tonal em todo o espectro audível!

E começo meu teste concordando com o fabricante, que seus objetivos foram plenamente alcançados. Pois nos sete meses que este cabo esteve conosco, pudemos utilizá-lo em diferentes setups de caixas e eletrônica, e sua assinatura sônica sempre tendeu para o equilíbrio tonal correto e uma neutralidade surpreendente, para sua faixa de preço.

Tanto que em minhas anotações pessoais eu escrevi por diversas vezes, ser muito positivo um cabo de caixa de menos de 4 mil reais ter essa capacidade de não impor sua assinatura sônica no sistema. Então, se o que procura amigo leitor, é um cabo de caixa para ‘temperar’ seu setup, não precisa perder seu tempo lendo esse teste.

Porém, se o que deseja é um cabo de caixa que não ‘interfira’ no equilíbrio e assinatura sônica que você almejou e conseguiu com seu sistema, leia esse teste, pois ele pode lhe dar uma excelente pista de como manter essa assinatura sônica sem alterações.

Sua construção é excelente para o seu custo, e a sua maleabilidade e acabamento dos plugs banana são dignos de nota. Pois além de uma pegada muito segura, o contato com o terminal do plug de caixa e do amplificador é excelente.

O modelo enviado para teste é com forquilha. Por ser o terminal do amplificador Nagra Classic o Cardas (que só permite forquilha) o Fernando Kawabe solicitou a Oyaide que me fizesse essa gentileza. E posso afirmar que o plug forquilha também é de excelente qualidade e acabamento.

Para o teste utilizamos as seguintes caixas: Elac Debut Reference DFR52, Elac Uni-Fi 2.0 UB52, JBL L82 Classic e L100 Classic, Wharfedale Elysian 4, Wilson Audio Sasha DAW, Estelon XB Diamond MkII, YB MkII, e X Diamond MkII (teste na edição 284). Os integrados: Boulder 866, Sunrise Lab V8 Aniversário, Mark Levinson No.5802, e Arcam SA30 (teste edição 284). E o Sistema de Referência da CAVI: pré e power Nagra Classic, Nagra TUBE DAC, Pré de phono Gold Note PH-1000, streamer Innuos Zen Mini Mk3 (leia
Teste 2 na edição 283), toca-discos Origin Live Sovereign Mk4, braço Origin Enterprise Mk4 de 12 polegadas, e cápsula ZYX Ultimate Omega Gold.

Como o cabo já veio integralmente amaciado, o colocamos em todas as caixas que chegaram nesse período para teste. Sua sonoridade é bastante neutra, lembrando em muitos aspectos os cabos da Dynamique Audio.

Fico feliz que outros fabricantes de cabos tenham enveredado por esse caminho, abrindo mão de fazer cabos para ‘ajeitar’ sistemas.

Seu equilíbrio tonal é muito correto, e ainda que falte a extensão, refinamento e arejamento de nosso cabo de referência (o Dynamique Audio Apex que custa dez vezes mais), nas caixas todas que o ligamos, compatíveis com sua margem de preço, o resultado foi sempre excelente. Agudos muito limpos, com bom corpo, velocidade e um decaimento suave.

A região média tem transparência suficiente para nos apresentar uma micro-dinâmica rica e precisa.

E os graves possuem energia, velocidade, bom deslocamento de ar nas duas primeiras oitavas, e o mais importante: corpo tanto no grave, como nos médios-graves.

Esse foi o cabo que mais gostamos nas duas JBL Classic. Na L82, foi um casamento exemplar pois sua neutralidade nos permitiu observar todas as qualidades da caixa, e como foi bem resolvida a passagem do falante do médio-grave para o tweeter, que começa a trabalhar em 1,7kHz, algo raro e bastante ousado por parte do fabricante. E graças à sua ‘neutralidade’, pudemos nos certificar que a caixa também possui uma passagem de crossover excelente.

O soundstage é o quesito que talvez a Oyaide possa resolver no futuro, pois se o foco e recorte são excelentes, a profundidade e os planos são menos profundos que outros cabos na sua faixa de preço. 

Tudo é uma questão de perdas e ganhos. Mas se você é um amante de grandes profundidades na imagem entre as caixas, Oyaide Across 3000 B não será sua primeira escolha.

Mas se para você o equilíbrio tonal é muito mais importante (como é para mim), o Across 3000 B volta a ocupar a linha de frente das opções.

As texturas dependerão exclusivamente da qualidade da eletrônica e da caixa. Se forem excelentes na apresentação de paleta de cores e intencionalidades, o Across será perfeito. Foi, junto com o equilíbrio tonal, um dos quesitos que mais nos chamaram atenção.

Os transientes são precisos, e a marcação de tempo e ritmo perfeitos em todos os setups de caixas e eletrônica que utilizamos.

O mesmo em relação tanto a macro como micro-dinâmica.

Seu comportamento em todos esses quesitos está sob responsabilidade do setup e não dele. Então, caso o leitor peça para ouvir o Across 3000 B, e algo em algum desses quesitos não fique a contento, o alarme acendeu! E se isso ocorrer, agradeça ao Across por ‘colocar o dedo na ferida’.

Aliás, este é um assunto recorrente nos fóruns dedicados: gostar ou não gostar de um produto colocado em um setup. Nunca vejo os participantes questionando se o setup está suficientemente correto para avaliar algo, ou mesmo a sala ou a elétrica estão. O foco é sempre no equipamento avaliado: se é bom ou não o suficiente.

Isso me lembra a piada de usar um triciclo para carregar um elefante. Se fosse tão simples corrigir um sistema torto com a entrada de um cabo, nem os objetivistas seriam tão resistentes à importância dos cabos em sistemas hi-end. Mas não se corrige um erro acertando uma ponta apenas.

Então, se o Oyaide Across 3000 B escancarar o problema, agradeça e não resmungue.

O corpo harmônico foi excelente em todo o espectro audível, assim como a organicidade em ótimas gravações!

Conclusão.

Para os leitores que vivem nos pedindo testes de excelentes produtos baratos, acho que de dois anos para cá precisam aceitar que estamos nos esforçando e trazendo muitos produtos excelentes a custos condizentes.

É claro que queremos cada vez mais apresentar esses ‘achados’ a todos vocês! Pois isso incentiva o mercado e faz com que ele floresça novamente.

Não pense que não estamos todos os meses fuçando o mercado em busca dessas pérolas, pois toda equipe de revisores faz isso semanalmente.

E o Across 3000 B faz parte dessa leva de produtos que podem perfeitamente atender um leque enorme de setups, de Diamante até Estado da Arte. Trata-se de um excelente cabo de caixa, por um preço muito competitivo, com alto grau de compatibilidade, neutro, correto e capaz de deixar qualquer eletrônica bem ajustada mostrar seus atributos.

Se seu orçamento é apertado, mas deseja dar esse passo em relação à neutralidade na condução do sinal, eis uma oportunidade imperdível!

 

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ref. Clube do Áudio.
Edição 292 Melhores do Ano.
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