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Caixa Acústica Wharfedale Super Linton - Review Clube do Áudio

7 de outubro de 2025 – Caixas, Reviews

Wharfedale Super Linton.

Fernando Andrette.

Uma das maiores surpresas dos que participaram do nosso Workshop ano passado, foi escutarem com que autoridade e graciosidade a Wharfedale Linton soou em uma sala de 120m2 com sessenta pessoas assistindo à apresentação.

A linha Heritage, composta pelos modelos Denton e Linton, vem galgando sucesso desde o seu lançamento. E a Wharfedale julgou que poderia dar um passo adiante, com a apresentação tanto da Super Denton, quanto da Super Linton - e pelos inúmeros reviews positivos que já saíram, a estratégia foi extremamente assertiva.

Eu recomendo a todos que não foram ao nosso Workshop de 2024, que leiam o teste da Linton (clique aqui), para poderem fazer um comparativo com as melhorias alcançadas com a Super Linton.

A Super Linton é cerca de cinco centímetros mais alta que a Linton, e possui inúmeras melhorias na construção do gabinete e nos componentes, como crossover e falantes.

A Wharfedale escolheu um novo falante de graves para uma maior extensão nas baixas frequências, também um novo falante de médios, com menor distorção e maior transparência, e um novo tweeter para agudos ainda mais estendidos e decaimento mais suave.

Continua sendo uma caixa de alta sensibilidade - 90dB - o que nos permitiu ouvi-la até mesmo com o pequeno notável Air Tight ATM-1-E.

Sua impedância nominal é de 6 ohms, com mínimo de 3.9 ohms.

Não sendo nenhum problema para bons amplificadores, que o fabricante recomenda serem de 25 a 200 Watts.

O gabinete é feito de uma construção em sanduíche, com camadas de MDF unidas por adesivo de amortecimento de látex.

Como a Linton, a Super Linton deve ser acompanhada de seu pedestal original, pois a altura do tweeter é bastante sensível para se conseguir seu excelente palco sonoro.

wharfedale-super-linton

O feliz proprietário desta joia sonora, deve se ater ao desembalar a caixa, que existe o canal direito e esquerdo, justamente pelos tweeters não serem alinhados em relação aos outros dois falantes.

E o fabricante indica que ambos tweeters devem ficar voltados para dentro, e não para fora. “Faz realmente diferença, Andrette?”

Muita, principalmente se você deseja um foco e recorte cirúrgico da imagem sonora!

Outra grande mudança, segundo a Wharfedale, foi na escolha dos componentes do crossover e a redução deste, para uma maior transparência e silêncio de fundo.

Seu acabamento é primoroso, e acho que mesmo o ‘olhar feminino’ mais crítico, irá aprová-lo. Outra vantagem é que a caixa não faz uso de bicablagem para se extrair todo seu potencial.

Os bornes de caixa são excelentes, permitindo tanto o uso de banana quanto de forquilha no cabo de caixa.

O arsenal de eletrônicos utilizado no teste foi abrangente: integrados Norma Revo 140, Moonriver 404 Reference (leia teste edição de novembro), T+ A PA 3100 HV (leia teste 1 nesta edição), pré Air Tight ATC-5s (leia teste 2 nesta edição), o power ATM-1-E, powers Soulnote M-3 (clique aqui), pré de linha Nagra Classic, e os powers Nagra HD. Fontes digitais: Streamer Nagra (clique aqui), TUBE DAC Nagra (clique aqui) e Transporte CD Nagra. Fonte analógica: toca-discos Zavfino ZV11X, braço original de 12 polegadas, com cápsulas Nagaoka 500 (teste em dezembro), Aidas Malachite Silver (clique aqui) e Dynavector DRT XV-1T (clique aqui).

A primeira dúvida que sempre me perguntam sobre as caixas da linha Heritage da Wharfedale, é se soa melhor com ou sem as grades.

Eu, em todos os modelos testados, sempre deixei o período de amaciamento com a tela e só retirei as mesmas, para fazer um comparativo após o amaciamento integral, para ver se tem ou não diferenças audíveis.

Eu não sinto necessidade de ouvir sem as telas, em nenhum modelo desta série.

Mas isso é uma questão de gosto pessoal.

O que alerto é que retirar suas telas exige enorme cuidado e muita paciência, tanto para não danificar a borda das caixas, como a própria tela. Eu descobri que a melhor maneira é usar uma espátula de pedreiro bem fina para a realização do trabalho.

Mas já alerto: são tão ‘chatas’ de tirar quanto as das Harbeth.

A ótima notícia, é que você poderá fazer todo o amaciamento ouvindo atentamente a caixa. Não passando por nenhum tipo de dúvida se fez ou não uma escolha correta.

Pois desde as primeiras horas de amaciamento, seu equilíbrio tonal já é muito correto, apresentando timbres naturais e realistas.

A caixa é um deleite sonoro! Foi assim que todos que ouviram a Super Linton a definiram.

Não existem arestas ou buracos em seu equilíbrio tonal.

Tudo se apresenta coerente e com uma resposta que não só agrada aos ouvidos, como nos convence que assim devem soar instrumentos reais.

O que irá melhorar com 100 horas de amaciamento? Extensão e um maior arejamento, fazendo com que o acontecimento musical
seja ampliado, para uma construção eficiente da imagem 3D.

O palco é excelente, tanto em largura, como profundidade e altura. Mesmo os que resistem a reconhecer que uma book tenha um
palco tão amplo para música clássica, irá rever essa resistência. Pois a Super Linton não se restringem a nenhum gênero musical.

Os graves são imponentes, repletos de energia e corpo.

Agora, para se extrair todo esse resultado, elas precisam de respiro na sala. Se você não tiver essa possibilidade, sugiro que escute a Super Denton, para salas menores e que se adaptam melhor a pouco espaço.

A Super Linton necessita de pelo menos 2.5m de distância entre os tweeters, 1 m da parede às costas, e pelo menos 0.80 cm das paredes laterais. Na nossa sala elas ficaram a 3.80m entre elas, 1.30m das paredes laterais e 2.20 m da parede às costas. Um pequeno toe-in para o ponto de audição (apenas 15 graus) e conseguimos, nessa posição, extrair o sumo do sumo de seu potencial.

Sua região média é impecável, transparente na medida certa, mantendo uma enorme coerência entre calor e intensidade na apresentação de vozes e instrumentos.

As pessoas que ainda têm dificuldade para compreender termos como calor, luz, transparência, eu sugiro que deixe seu cérebro interpretar o que está ouvindo.

Quando uma caixa, em sua assinatura sônica, consegue um ponto de equilíbrio entre o grau de inteligibilidade e ausência de fadiga
auditiva, fazendo nosso cérebro relaxar e apreciar o acontecimento musical, esse ponto de equilíbrio, tão tênue, foi alcançado.

Outra dica importante que passo em nossos Workshops: para se avaliar o equilíbrio tonal, comece ouvindo no volume mais reduzido
que sua sala permitir.

Veja como se comporta o equilíbrio tonal - existem frequências que não são audíveis? Ou todas elas estão presentes

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E à medida que você aumenta o volume, alguma frequência se destaca em detrimento de outras?

E no volume que você gosta de apreciar seus discos, soa muito diferente em termos de equilíbrio tonal em relação à volume bem
reduzido?

O que posso lhe dizer é que a Super Linton mantém o equilíbrio tonal independente do volume (desde que não passe obviamente
do volume da mixagem). Mostrando o quanto é uma caixa refinada e correta neste quesito!

Os agudos são limpos e sem vestígio de dureza ou brilho, permitindo audições agradáveis, mesmo em gravações tecnicamente ruins.

Seu soundstage, como já me referi, é excepcional para uma book e tem um foco e recorte impressionantes, desde que você siga a orientação do fabricante de não inverter as caixas left e right, pois os tweeters devem ficar para dentro e não para fora.

As texturas, com esse grau de acerto no equilíbrio tonal, fazem da Super Linton uma referência neste quesito da Metodologia. Tanto em termos de timbres, quanto na apresentação das intencionalidades.

Um amigo apaixonado pelo timbre de guitarras Fender, ficou fascinado pela facilidade em observar as nuances de modelos distintos por sutis alterações do captador.

Caixa-Super-Linton-AssemblyEm termos de texturas, tudo é relevante na Super Linton, nada passará despercebido, fazendo-nos muitas vezes achar que estamos diante de um monitor de estúdio e não de uma caixa hi-end.

Os transientes possuem precisão metronômica, lembrando as primeiras baterias eletrônicas da Roland, que chegavam a dar nos nervos com sua marcação de tempo e virada de andamento.

Você não perderá absolutamente nada, mesmo em complexas variações de andamento e ritmo.

E chegamos à pedra no sapato de todas as books: macro-dinâmica. Não se preocupem, pois a Super Linton consegue administrar bem variações intensas sem perder o fôlego ou endurecer o sinal.

Desde que os volumes não sejam insanos, obviamente.

E haverá sustos sim, aos que julgarem o deslocamento de ar pelo tamanho da caixa! Ela não fará feio, eu garanto!

E sua apresentação de microdinâmica é impecável!

Outro obstáculo comum à toda book é a reprodução de corpo harmônico, mas se para toda regra existem exceções, a Super Linton aqui está para mostrar a razão de tantos elogios pelo mundo afora. Você terá uma apresentação de instrumentos muito semelhante ao real.  Seja um naipe de metais de uma big band, ou de contrabaixos em uma orquestra sinfônica, capaz de se o ouvinte não estiver vendo a caixa, jurar estar escutando uma bela coluna!

Dê à Super Linton excelentes gravações, e sinta a materialização instantânea do acontecimento musical em sua sala. Ela faz com enorme graciosidade essa mágica e de maneira convincente para o seu cérebro.

Conclusão.

Eu tenho uns desafios muito pessoais meus, depois de tantas décadas ouvindo e testando produtos. É uma quantidade tão extraordinária de bons produtos, que fico me desafiando a saber quando determinado ‘obstáculo’ será vencido.

E um dos mais recentes era: quando teremos uma caixa Bookshelf de menos de 30 mil reais, romperia a barreira dos 100 pontos em nossa Metodologia?

E finalmente tive a resposta: a Super Linton fez isso com enorme competência.

É uma book que se comporta como uma coluna em termos de performance, custando uma fração de inúmeras colunas que suaram muito para chegar nesse patamar.

Você que sempre desejou ter uma caixa definitiva, mas tinha a restrição de tamanho da caixa para o seu ambiente, agora não tem mais!

A Super Linton resolve inúmeros problemas como: espaço, compatibilidade com diversos amplificadores, é apta para qualquer estilo
musical e tem um design vintage que agradará até mesmo ao olhar feminino.

Sem falar no preço, que a torna simplesmente o produto a ser batido no mercado.

Em termos de caixas acústicas testadas em 2025, de longe a melhor surpresa e o melhor custo / performance!

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Pedestal Wharfedale Linton Series.
Ref.
Clube do Áudio.
Edição 322.
Confira outros reviews de caixa Wharfedale.
Wharfedale Linton Heritage.
Wharfedale Elysian 4.